PUBLICIDADE

1.0 - SANTOS

Instituto Arte no Dique completa 15 anos com programação especial

28 de novembro de 2002. Nessa data foi lançada a pedra fundamental do Instituto Arte no Dique. Passados 15 anos, mais de 5 mil pessoas, em grande parte moradores do Dique da Vila Gilda, em Santos, frequentaram as oficinas da instituição, tiveram acesso à cultura e à arte. “Cultura como um todo”, como costuma dizer o presidente da ONG, José Virgílio Leal de Figueiredo, já que o Arte no Dique trabalha, com seus colaboradores, alunos, frequentadores, parceiros, trabalha a questão da cidadania. Desde a entrega semanal de leite para a comunidade, até as oficinas de percussão (que deu início ao projeto), violão, dança, informática, customização, as exibições de filmes seguidas de debates, shows. Artistas de renome internacional como Gilberto Gil, Moraes Moreira, Sergio Mamberti, Lecy Brandão, Wilson Simoninha, Hamilton de Holanda, Armandinho Macedo, Luiz Caldas, entre outros, já se apresentaram no espaço.

É para celebrar e refletir essa trajetória de 15 anos, que o Instituto Arte no Dique preparou uma programação especial e que reverencia dois ícones da cultura brasileira: Gilberto Gil, a quem a história da organização social é dedicada – toda a concepção visual dos 15 anos apresenta imagens do compositor, músico e cantor baiano. E Plínio Marcos, dramaturgo santista cujo nome batiza a Escola de Arte e Cultura que funciona na instituição. Ambos são os patronos da instituição.

Coleção das obras de Plínio Marcos

Na quinta-feira, 30 de novembro, a partir das 16 horas, acontece o lançamento da coleção (de seis volumes) “Plínio Marcos: Obras Teatrais”, que reúne todos os textos de Plínio, tem edição da Funarte e organização do crítico literário Alcir Pécora.

O evento terá roda de conversa, presenças de artistas que interpretaram personagens criados por Plínio nos palcos e no cinema, de Ricardo Barros, o Kiko, filho de Plínio, e do próprio Alcir.

Fotos, cartazes, imagens de textos escritos à mão pelo dramaturgo e outras curiosidades – como ingressos teatrais – ilustram a obra. Essa iconografia tem a assinatura de Ricardo Barros, filho de Plínio. A atriz, ex-esposa do autor teatral e mãe de seus três filhos, Walderez de Barros, estabeleceu a versão final das peças.

O objetivo da coleção Plínio Marcos – obras teatrais é dar ao público uma versão “absolutamente confiável” das peças do dramaturgo – baseada sempre na última modificação feita por ele próprio. “Um autor da grandeza de Plínio Marcos tem o direito de ter o conjunto da sua obra publicada de maneira correta e fidedigna”, comenta Alcir Pécora. “Outro critério universal adotado foi o de apenas publicar, neste momento, as peças cujos originais, ou mesmo cópias, constassem do acervo de forma íntegra, e dadas como finalizadas pelo próprio Plínio Marcos”, destaca o estudioso.

Plínio Marcos (Santos – SP, 1935 — São Paulo – SP, 1999), foi palhaço, camelô, ator, dramaturgo, diretor teatral e escritor. Escreveu 31 peças – quatro delas inacabadas –, além de outros textos literários, e foi ator. Peças suas foram traduzidas, publicadas e encenadas em francês, espanhol,inglês e alemão – parte delas adaptada para cinema e TV. Recebeu oito prêmios Molière de melhor autor, por “Navalha na Carne” e “Dois Perdidos Numa Noite Suja” e outras obras – entre as 37 premiações que ganhou. Também foi um atuante jornalista.

Sua dramaturgia é marcada por essa perseguição política e pela censura, que, por mais implacável que fossem, não fizeram com que ele desistisse. Ao contrário: quando não pôde mais produzir, dirigir e atuar, produziu contos, novelas, reportagens e crônicas, muitas delas publicadas nas páginas de importantes jornais e revistas do país (Última Hora, Veja, Folha de S. Paulo, O Pasquim, Opinião e outros) e foi reconhecido por seu valor. Muito mais foi impresso em edições baratas, feitas pelo próprio autor, vendidas por ele mesmo, na rua e nas portas de teatros e universidades. Intitulando-se “repórter de um tempo mau”, comentou:

Plínio Marcos faleceu aos 64 anos, em São Paulo, em 1999, após dois derrames e uma infecção pulmonar. Reconhecendo a grandeza única da obra do dramaturgo, em 2001, a sala de espetáculos cênicos da Fundação Nacional de Artes em Brasília passou a ser chamada de Teatro Funarte Plínio Marcos.

Homenagem na Câmara Municipal

Sexta-feira, 1º de dezembro, 19h, a Câmara Municipal de Santos presta homenagem ao Arte no Dique.

Hamilton de Holanda e Armandinho Macedo

Para coroar a programação dos 15 anos, domingo, 3 de dezembro, 18 horas, acontece a terceira edição do projeto O Som das Palafitas. A noite terá abertura da Banda Querô, com participação especial da cantora Joh Correia. Em seguida, show que reunirá dois dos maiores instrumentistas do mundo, Hamilton de Holanda e Armandinho Macedo. Na ocasião, haverá barraquinhas vendendo bebidas e comidas, estas produzidas pela própria comunidade, como forma de incentivar a geração de renda local e a economia criativa.

Toda a programação é gratuita.