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Brasil / Cotidiano

O poderoso biomédico

Por Thamiris Muniz

 

Em um mundo no qual o trabalho exige 100% da sua atenção, se dedicar aos filhos e à família requer muita força de vontade. Para o biomédico Carlos Eduardo Pires Campos, a família vem sempre como prioridade, mas com tantos empreendimentos não tem como não ficar ligado ao trabalho 24 horas.

 

Com uma rotina árdua, o biomédico, empresário e ainda atual delegado regional do Conselho Regional de Biomedicina (CRBM) tenta diariamente fazer com que a crise do Brasil não atinja seus negócios, para que ele não precise efetuar demissões.  Ele atende atualmente em 20 cidades, onde possui clínicas próprias, e tenta sempre ligar o trabalho a seus filhos.

 

Pai da Maria Luiza, de 5 anos, e do pequeno Carlos Eduardo, de 3 anos, ele conta com a ajuda da sua esposa, Melissa, e da irmã, Fátima, na administração das clínicas, ambas formadas em Medicina. Eles se dividem para que possam ter bons resultados sem sobrecarregar muito a um só. Grato a toda a sua equipe, ele valoriza muito os profissionais que estão ao seu redor.

 

Diante de tamanha responsabilidade em fazer seus projetos profissionais e pessoais darem certo, o biomédico encontra tempo ainda para se distrair e se dedicar a seus hobbies, que são carros antigos e uma paixão imensa por vinhos. Como sommelier, ele procura sempre se especializar na modalidade investindo em cursos.

 

Com quantos anos começou a empreender?

Em 1992, eu tinha 24 anos quando abri o Laboratório Cellula Mater.

 

Como surgiu a oportunidade de ampliar os negócios?

Como toda gestão, você tende a descentralizar um pouco, então, fui atrás de novos parceiros em novas cidades, enfim, desafios novos.

 

Como organiza o seu tempo?

A minha vida é muito corrida e um tanto quanto metódica. De segunda a sexta eu me dedico aos negócios e, aos finais de semana e feriados, à minha família, meus filhos. Então, sei aonde vou estar a cada dia da semana. Você tem que ser uma pessoa muito dinâmica e organizada para dar conta de todas as suas obrigações. O dia começa cedo e acaba tarde. A minha sorte é que tenho pessoas competentes, que me ajudam muito, então,  tem que ter essa harmonia com as pessoas que nos cercam.

 

Quanto tempo dedica à sua família?

A gente realiza viagens aos finais de semana, tenho uma casa em Vinhedo, vamos para lá sempre. Mas vejo meus filhos todos os dias, tiro um dia para levar à escola, sou pai todos os dias.

 

A crise chegou em algum momento a atingir diretamente o seu mercado?

Bastante! O mercado teve uma evasão de convênios médicos de mais ou menos 40%. No Brasil todo a maioria dos planos de saúde se concentra em São Paulo, então, tendo essa evasão, muita gente deixou de pagar o plano e muita gente não é mais usuária. Isso fez com que a gente implantasse medidas, por exemplo: um cartão fidelidade, onde consigo cobrar um exame mais em conta, e estou abrindo unidades na periferia, Zona Noroeste de Santos, uma no Morro da Nova Cintra, uma na área Continental de São Vicente. Então, tive que me adequar ao mercado, para não precisar demitir pessoas, né, afinal de contas, aqui em Santos eu emprego cerca de 70 pessoas. Para não demitir eu tive que abrir essas clínicas na periferia.

 

Quais as principais dificuldades que encontra no seu mercado de atuação?

Algumas medicinas de grupos não me concedem o credenciamento por eu ser biomédico, as cooperativas médicas, elas não credenciam. Então, como aqui em Santos existe uma diferenciação no mercado, tenho que arrumar soluções que mantenham minha empresa de pé, porque caso contrário, eu fecho. Então, atendo hoje exame de sangue, medicina ocupacional, faço exames de DNA e exame toxicológico.

 

Tem alguma clínica de recuperação de usuários de drogas em Santos que é conveniada com a sua clínica?

Sim, tenho uma clínica que não é em Santos, mas é próximo. E eu atendo a muitos psiquiatras.

 

Além dessas novas clínicas, há outros projetos em mente?

Até o final do ano nós vamos abrir uma rede de laboratórios, que vai se chamar Exame Já, justamente para atender ao pessoal que não tem convênio e com o valor inferior ao normal.

 

Como pretendem reduzir o valor dos exames sem que percam qualidade e agilidade?

Eu consigo baixar o custo na quantidade, quanto maior a quantidade de material eu comprar, mais barato fica o custo. Então, assim, consigo reduzir o valor de alguns exames.

 

Como você faz para manter-se atualizado no mercado?

Estou sempre à procura de novos cursos, participo muito de congressos. Por exemplo, realizamos exames de gravidez, antigamente, demorava 30 dias para saber o resultado do exame, hoje, se a mulher tem relação na sexta-feira, na segunda eu já consigo saber.

 

O que você tem de mais novo na clínica?

O exame de troponina, que mede o risco cardíaco. Tem exame que consegue ver através do sangue se você é propenso ou não a ter câncer, se você tem anticorpos cancerígenos.