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Turismo ajuda a desenvolver economia de regiões preservadas

Segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), três dos destinos mais procurados pelos turistas no Brasil têm atrativos naturais como fonte de interesse para os visitantes como o Rio de Janeiro (que atrai 29,7% dos turistas), Florianópolis (17,1%) e Foz do Iguaçu (12,9%).

O estudo indica que as taxas de crescimento do turismo internacional no País foram de 0,6%, em 2017, e 0,5%, em 2018.

Porém, segundo o Ministério do Comércio Exterior e Turismo do Peru e o Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina, o crescimento em 2018 foi de 10% e 7,5%, no Peru e no território argentino, respectivamente. Cada turista gastou em média na passagem pelo Brasil,  US$ 53,96 por dia.

Duas iniciativas em andamento em dois biomas brasileiros – Mata Atlântica e Pantanal – têm demonstrado que grandes remanescentes naturais em bom estado de conservação representam uma oportunidade única para impulsionar a economia regional. Além disso, os patrimônios cultural e histórico dessas regiões também são ativos importantes para fomentar o turismo e despertar o interesse em proteger áreas naturais.

A Grande Reserva Mata Atlântica e o Alto Pantanal têm como base o conceito criado pelo biólogo espanhol Ignácio Jiménez-Pérez, apresentada no livro Produção de Natureza: Parques, Rewilding e Desenvolvimento Local. A proposta defende que a produção da natureza seja a base para o desenvolvimento econômico e social de áreas que preservam importantes patrimônios naturais. Dessa forma, a natureza passa a oferecer produtos e atrativos para serem comercializados de forma sustentável pelo turismo. Nesse sentido, a gestão adequada de áreas naturais protegidas com a finalidade de uso público – como parques nacionais, estaduais e municipais – pode trazer oportunidades permanentes de renda, principalmente às comunidades locais, a partir do investimento na proteção da área e em infraestrutura adequada para receber os visitantes.

A força da biodiversidade

O Brasil abriga a maior biodiversidade mundial, cerca de 20% das espécies do planeta. Dessas, a Mata Atlântica – bioma cujo território foi reduzido a 7% da sua cobertura original, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente – concentra 35% da biodiversidade vegetal nacional, além de cerca de 850 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 de peixes.

A área da Grande Reserva abriga o maior remanescente de Mata Atlântica, formada por 2 milhões de hectares localizados nos estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina e conectados por um mosaico de áreas naturais protegidas públicas estaduais e federais e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). A região conta com espécies endêmicas, como o mico-leão-da-cara-preta e o papagaio-de-cara-roxa, e animais ‘topo de cadeia’ que indicam a qualidade ecológica do local, como a onça-pintada. O objetivo da iniciativa, que envolve uma grande rede de atores do empresariado local, poder público, academia, gestores de unidades de conservação, ONGs e pessoas sensibilizadas, é tornar a região um destino turístico de natureza como mecanismo para o desenvolvimento regional.

“O patrimônio natural que temos é um importante ativo para o desenvolvimento econômico e social. É preciso fortalecer a imagem da Mata Atlântica como destino turístico e estimular a visitação para que todos compreendam a importância da conservação e que a comunidade local aprimore cada vez mais os serviços oferecidos”, afirma Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que também está à frente da iniciativa.