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Edição Semanal

Projeto Eu Social, unidos para fazer o bem

Por Lucas Leite

O Projeto Eu Social tem apenas uma meta: unir as pessoas com o objetivo de espalhar o bem. O projeto foi criado por Isabela Ribeiro, junto de seus pais Elisângela Ribeiro e Nestor Ribeiro Júnior. A jovem de apenas 20 anos revela que a ideia de ajudar as pessoas começou ainda pequena. Após os pais passarem por dificuldades financeiras e, depois, voltarem a se estabilizar, eles levaram Isabela, que na época tinha por volta de seis anos, para distribuir ovos de chocolate na Páscoa e presentes de Natal para crianças em situação de rua.

Em setembro do ano passado, após uma viagem voluntária para Iquique, no Chile, Isabela decidiu que era isso o que queria para a vida, fazer o bem sem olhar a quem. Em outubro, arrecadou fraldas que foram doadas para dois asilos.

Então, no início deste ano, ela decidiu criar o Projeto Eu Social com a finalidade de unir pessoas que se interessam em ajudar ao próximo.

Confira abaixo a entrevista com Isabela Ribeiro:

Em que consiste o projeto?

O Projeto é um meio de unir pessoas que se interessam por ações sociais e desejam, através das próprias ações, transformar o mundo em um lugar melhor. Todos nós somos capazes de fazer isso. Às vezes, as pessoas não sabem o quanto pequenas ações são apenas o começo para grandes transformações. Então, o Projeto é isso. Unir pessoas que desejam fazer a diferença e nosso objetivo é que o Eu Social cresça e possa atingir cada vez mais pessoas e ajudar cada vez mais áreas carentes da cidade.
Nós temos três pilares: o voluntariado, a doação e a sensibilização. No voluntariado a pessoa atua nas ações que realizamos no Asilo São Vicente de Paulo e na Casa Vó Benedita. As doações podem ser desde campanhas que realizamos ao longo do ano, até doação dos itens que levamos para as entidades acima. Já a sensibilização é feita através das redes sociais, onde colocamos posts sobre dias importantes, como por exemplo, dias de conscientização.

Porque vocês decidiram começar este projeto?

Começou muito antes de eu ter noção do que eram ações sociais e voluntariado. Quando pequena, depois de passar por uma situação financeira difícil e, graças a Deus, novas portas serem abertas para meu pai, nós ficamos financeiramente estáveis novamente. Então, meus pais decidiram retribuir levando para uma rua carente próxima a nossa, ovos de chocolate na Páscoa e presentes de Natal em dezembro. Isso me marcou tanto que sempre fiquei com essa sensação boa de poder ajudar dentro de mim. Já mais velha comecei a me interessar por viagens voluntárias, então em setembro de 2017 pude ir para o Chile, no Altiplano de Iquique, ajudar o povo Aymara a limpar seus bofedales, levar água para a região e nós chegamos a construir até um curral. O trabalho foi braçal e como ficamos na região desértica, a altitude e as condições completamente diferentes de vida foram um desafio. Mas, um desafio que me transformou completamente.
Quando voltei para o Brasil já não era mais a mesma pessoa. Voltei com muita vontade de poder transformar realidades diferentes da nossa e ajudar o próximo. Em outubro, mês do meu aniversário, resolvi arrecadar fraldas geriátricas para um asilo, nossa meta eram 20 fraldas e, após divulgar no facebook, fui surpreendida por conseguir muito além. Recebemos doações até do Rio de Janeiro e conseguimos ajudar dois asilos. Já em dezembro, após uma amiga me procurar, decidimos fazer sacolinhas de Natal para o São Vicente de Paulo e mais uma vez fui surpreendida pela quantidade amigos que abraçaram essa ação comigo.
Depois disso, quis continuar realizando essas ações e foi quando surgiu a ideia de criar o Projeto. Estava desempregada na época e então conversei com meus pais e recebi todo o apoio deles. Os dois são meu braço direito, e sem eles, nossos voluntários e colaboradores, o Projeto não teria conseguido realizar tudo que realizou até agora.

Quem são seus principais apoiadores?

Além de família e amigos, nós temos os voluntários e alguns colaborares que nos acompanham desde o começo. O Seo Cerealista, empório de produtos naturais na Dino Bueno, onde nós temos uma caixa de arrecadação. A Tifi Clothes, marca que fez a camiseta do Projeto. O Grupo Free&Lá que cuidou da nossa identidade visual e nos auxilia fazendo as artes para postar nas redes sociais. E também a Sweet Dyne’s e a Viviane Zatorre Doces, as duas doam bolos para as ações no Asilo e na Vó Benedita.

Nós estamos na constante luta para conseguir mais apoiadores e colaboradores para o Projeto. Nós acreditamos que toda forma de ajuda é útil, desde uma curtida nas redes sociais, um compartilhamento dos posts, falar para os amigos, até outras formas de ajuda. Nosso objetivo é que o Projeto cresça e, para isso, precisamos dos mais diversos tipos de apoio.

Com quantos voluntários vocês contam atualmente?

Atualmente, nós estamos com 115 voluntários cadastrados.

No que o projeto mudou a vida de vocês?

Mudou completamente. É extremamente gratificante receber os feedbacks dos voluntários que participaram das ações e ver o quanto essa iniciativa também transforma a vida de quem doa tempo, amor e carinho quando participa das arrecadações e, principalmente, das ações. E é maravilhoso poder viver isso em família, nós aprendemos muito.
Esse ano eu passei por momentos muito difíceis e posso dizer que o Projeto foi uma das coisas que me ajudou a seguir em frente. Então, não só mudou a minha vida e a dos meus pais, como também muda a vida dos voluntários que nos ajudam e de todos que participam conosco. Sou muito grata a isso.

De que modo o seu trabalho colabora ou pode colaborar com o exercício da cidadania dos voluntários?

Acho que todos nós temos, como cidadãos, temos que pensar não somente em nós, como também na sociedade de maneira geral. Ter empatia com pessoas que vivem fora da “nossa bolha”, que vivam realidades diferentes da nossa. É isso que pode nos transformar em seres mais humanos. Acredito que o Projeto seja só um meio para isso, a iniciativa de participar é sempre da pessoa que se interessa e entre em contato conosco. Nós oferecemos uma possibilidade de colaborar, somos apenas um canal para isso.

Quais ações costumam fazer?

De voluntariado nós realizamos duas ações, como citado em uma das perguntas acima. A do Asilo São Vicente de Paulo, onde trabalhamos como idosos, e da Casa Vó Benedita, onde trabalhamos com crianças. Mas, para o ano que vem estamos com planos para expandir a atuação do nosso trabalho.

Quais os planos futuros para o projeto?

O principal objetivo é crescer para poder ajudar mais e mais. Queremos levar o Projeto para áreas de atuação de moradores de rua e também algo voltado para mulheres. Já começamos desde o mês passado com reuniões para consolidar as ideias e ano que vem poder colocá-las em prática. Outro foco também será na busca de colaboradores, pois é algo de extrema importância para que o Projeto possa atuar e ajudar cada vez mais.



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