Diante da pandemia de coronavírus, vimos um movimento curioso entre os homens: muitos deles decidiram tirar a barba durante a quarentena. A justificativa é simples, de que o vírus pode ficar alojado nos pelos do rosto, colaborando para a sua rápida proliferação. Mas será que isso acontece de verdade?

Segundo a Dra. Maria Paula Del Nero, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, as barbas não aumentam as chances de obter ou de espalhar o COVID-19 – apesar de provável e constantemente estarem cobertas por germes.

Um estudo divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos demonstrou que barbas e bigodes podem atrapalhar o ajuste de máscaras e respiradores no rosto de pacientes infectados, mas não há confirmação de que esses pelos faciais colaborem para a contaminação.

Ou seja, se você é, por exemplo, um profissional da área de saúde, o ideal é que deixe o rosto limpo, já que as máscaras N95 não se encaixam bem com a barba, prejudicando a vedação.

Os professores americanos responsáveis pelo estudo explicam que a maior preocupação acontece quando alguém espirra ou tosse próximo à barba. Nesse caso, tocá-la ou ao rosto com as mãos não higienizadas pode ser uma maneira da doença ser adquirida.

Por isso, a Dra. Maria Paula explica que é importante ter o cuidado de lavar as mãos com frequência e evitar tocar o rosto sempre que possível, para diminuir o risco de contágio. Outro ponto importante, segundo ela, é seguir as orientações dos profissionais e, durante o período de pandemia, lavar o cabelo e a barba diariamente.

Ainda assim, não é preciso pânico. Médicos dermatologistas da universidade de Yale dizem que é menos provável que o vírus sobreviva em cabelos o mesmo tempo que em superfícies duras e planas, como o aço.