Por Alexandre Piqui
A iniciativa tem feito a diferença nas aulas da turma do segundo ano do ensino fundamental, na escola pública UME Emília Maria Rei, no bairro Vila Belmiro em Santos. Entre as lições de português da professora Camila Chiara, as crianças tem a oportunidade de gravar podcasts para aprender a matéria de uma forma lúdica. “Eu já era ouvinte de podcast, fiquei interessada nesse meio digital e não encontrei nada que criança publicasse”, explica a professora.
Foi daí que surgiu a ideia de levar a proposta aos estudantes. “Uma produção de podcast envolve escrita, leitura e as crianças adoram”, acrescenta Camila.
Mas, afinal! O que é um podcast? Uma dúvida que a Naomi Borba Prado, de sete anos, tinha e agora explica de uma maneira bem simples. “Podcast é igual um vídeo, só que é em áudio”. A Emanuelle Conrado de Lima, de sete anos, contou aos familiares sobre a novidade. “Em casa ninguém sabia o que era podcast”.
A autoria deste termo foi atribuída em 2004 ao jornal britânico The Guardian. No Brasil, a primeira publicação em áudio neste formato foi no dia 21 de outubro de 2004 e realizada por Danilo Medeiros, no conteúdo “Digital Minds”.
Projeto
A iniciativa da professora Camila teve início no começo do segundo semestre deste ano. Depois das crianças entenderem o objetivo principal do projeto começou, então, a produção do material. “Hoje percebo o quando isso ajudou na oralidade. Eles conseguem ler com mais fluência”, comenta a professora.
O Murilo Batista, de sete anos, curtiu a ideia e já tem bem definido o assunto preferido. “Eu gosto de gravar os episódios e o que mais gostei foi de música”. O Diego Luz Ferreira Silva, também de sete anos, diz quem já ouviu os áudios na família. “Minha mãe, meu pai e meu tio. Eles falaram que ficou bom”.
Produção
Tudo é feito na sala de aula ou na biblioteca da escola. O celular da professora é usado para gravar os programas e ela estimula a turminha a realizar todo o trabalho de produção. “Eles precisam ler os conteúdos no qual serão abordados. Daí, tratam essas informações – ou seja – revisam, produzem, verificam se a linguagem está boa para quem vai ouvir e só depois tem a leitura para a gravação”, explica.
Quando tudo está pronto é hora de publicar no aplicativo de música ‘Spotify’, no canal “Arco-íris de Aprender”.
Em menos de seis meses de projeto, o resultado é nítido. “Foi muito além do que eu esperava. Em tão pouco tempo eles deram um salto qualitativo nas produções. A escrita da turma melhorou muito”, comemora Camila Chiara.
Uma ideia simples e que vem tornando as aulas de português do segundo ano do ensino fundamental muito mais interessante e enriquecedora.