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Santos / Saúde

Hospital em Santos começa a receber pacientes de Covid-19 no dia 22

Reformado pela Prefeitura para atender especificamente os pacientes de covid-19, o Hospital Vitória, que dispõe de 130 leitos de campanha, tem previsão de entrar em funcionamento no próximo dia 22.

Situada na Rua Rio de Janeiro, 19 (Vila Belmiro), em Santos, a unidade contará com recursos estaduais de R$ 19 milhões para custeio durante o período da pandemia. A verba está incluída no repasse de R$ 30 milhões anunciado nesta quarta-feira (13) pelo Governo do Estado. Ao todo, serão disponibilizados 350 novos leitos hospitalares na Baixada Santista, sendo 50 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 300 de enfermaria.

Além de Santos, o montante repassado contempla unidades de saúde de Praia Grande e Itanhaém. A destinação dos recursos foi uma solicitação do prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, que vem representando a região como presidente do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) e membro do Conselho Municipalista do Estado de São Paulo – órgão criado na última semana, com prefeitos de 15 regiões metropolitanas mais a Capital.

“Foi uma grande conquista, a notícia mais importante desses tempos de pandemia. Desta forma, toda a região estará atendida e conseguiremos diminuir a taxa da ocupação dos leitos hospitalares. A expectativa, infelizmente, é de aumento do número de casos e precisamos estar preparados”, disse Barbosa, que na última sexta-feira (8) se reuniu no Palácio dos Bandeirantes com o governador João Doria, o vice-governador Rodrigo Garcia e os secretários estaduais de Saúde, José Henrique Germann, e Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.

“A taxa de ocupação de leitos na Baixada Santista superou 80% em cidades como Itanhaém. É uma preocupação grande, um alerta que estamos dando ao longo das últimas duas semanas sobre esse crescimento”, comentou Vinholi durante o anúncio dos repasses. Ele ainda alertou que o mês de maio apresentará um “crescimento agudo” das contaminações pelo novo coronavírus na região.

Gestão

A gestão do Hospital Vitória será compartilhada entre a Prefeitura e a organização social (OS) Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz, por meio de aditamento do contrato para gerenciamento do Complexo Hospitalar dos Estivadores. O custeio mensal da unidade é de R$ 4,8 milhões. O Município também busca recursos do Ministério da Saúde para a operação.

Para funcionamento da unidade, são estimados 500 profissionais, sendo 260 contratações diretas (CLT) e outras 250 indiretas, entre médicos, enfermeiros, nutricionistas, vigilantes e agentes de limpeza.

Contrato

O Hospital Vitória vai abrigar 130 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo 17 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e 113 de enfermaria. A cessão gratuita do edifício ao Município ocorreu por meio de um termo de comodato assinado com o United Health Group Brasil, proprietário da operadora de saúde Amil. O contrato é válido até 31 de dezembro.

Leitos Covid-19

Ao todo, a rede hospitalar da Cidade (unidades públicas e privadas) conta atualmente com 699 leitos para pacientes de covid-19. Na rede SUS, sob gestão municipal, entraram em operação 283 leitos, distribuídos entre o Complexo dos Estivadores, Santa Casa de Santos, Beneficência Portuguesa, Hospital de Pequeno Porte (HPP) e nos hospitais de campanha Afip e Hospital de Campanha UPA Zona Leste.

Reforma do edifício proporcionou agilidade e economia

Um investimento de R$ 4,9 milhões da Prefeitura garantiu o Hospital Vitória como mais uma unidade de campanha para pacientes de covid-19. O montante foi empregado em adequações na estrutura física e na rede de gases e na compra de equipamentos e leitos hospitalares, além de ventiladores mecânicos e monitores multiparâmetros. Os leitos estão em fase final de montagem.

Com a urgência de atendimentos imposta pela pandemia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) buscou uma solução ágil e econômica para a instalação de novos leitos de campanha. Por já dispor de grande parte da infraestrutura necessária, o Hospital Vitória – cujas atividades já se encontravam suspensas – foi identificado como local ideal na Cidade para as instalações temporárias. Ainda assim, para atender plenamente a população, o edifício precisou de adaptações, pois foi projetado para tratamentos oncológicos, não de pronto-socorro.

“Se optássemos por construir um hospital deste porte com as mesmas condições, ou mesmo montar uma unidade com estruturas provisórias, em ginásios, estádios e outras áreas, o custo aos cofres públicos seria de dez a 30 vezes superior ao investido na adaptação desse prédio. Isso é possível constatarmos pelos investimentos realizados por outros municípios”, explica o secretário municipal de Saúde, Fábio Ferraz.

As intervenções realizadas pela Prefeitura nos oito andares do imóvel permitiram a ampliação do número de leitos de 48 para 130. “É quase três vezes mais do que havia antes. Aumentamos a oferta de leitos sob a lógica de um hospital de campanha”. Após a pandemia, os aparelhos e leitos adquiridos para equipar a unidade de campanha serão aproveitados em outros equipamentos públicos de saúde.

Intervenções

Na parte elétrica, as intervenções incluíram revisão de toda a fiação pré-existente no edifício, instalação de ramais para os 82 novos leitos e restruturação da iluminação. Na área de atendimento, foram implantados sanitários e chuveiros, além de sistemas de chamada de enfermagem. Houve também readequação da rede de gases hospitalares.

Para os profissionais de saúde, foram construídos vestiários masculino e feminino e espaços de descontaminação, com isolamento de rotas para garantia de fluxo seguro das equipes. Houve, ainda, pintura geral do edifício.