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No Canadá, alunos com hiperatividade estudam em mesas com bicicleta

Que ideia fantástica! Mais de 400 escolas do Canadá implantaram bicicletas nas mesas de alunos com hiperatividade. A proposta inovadora permite que os alunos gastem suas energias pedalando, façam uma atividade física e ainda consigam melhorar o rendimento escolar.

A mesa é igual às carteiras normais, mas têm pedais embaixo para os estudantes com déficit de atenção, principalmente as crianças entre 5 e 8 anos de idade. A maior parte das escolas fica em Québec, onde de 5% a 8% das crianças têm transtorno do déficit de atenção com ou sem hiperatividade (DDA/H).

Segundo o idealizador do projeto, o designer de bicicletas e educador há mais de 30 anos, Mario Leroux, pessoas com TDAH se movem para serem estimuladas e também para manter o foco. “Muitos são como um computador; se o mouse parar de se mover, o computador irá dormir“, diz.

Os alunos com esse comportamento sentam na bicicleta e pedalam por quinze minutos, o que os deixa mais relaxados para dar andamento às aulas. Mas eles também podem ficar pedalando enquanto fazem as atividades, o que distribui a energia e ajuda a manter a concentração.

Criança sentada em mesa com pedais de bicicleta embaixo, pedalando enquanto estuda

Mario começou implantando o projeto há quatro anos na Escola Des Cèdres. De lá para cá, o resultado foi extremamente bom e centenas de outros colégios e até bibliotecas encomendaram as mesas-bicicletas.

“Vale muito a pena em uma aula como a minha, onde há muitos garotos que precisam se mudar, ficar caminhando o tempo todo“, disse a professora da 5ª série da escola, Monique Rizk.

Criança sentada em mesa com pedais de bicicleta embaixo, pedalando enquanto estuda

As carteiras adaptadas custam em média mil euros, algo em torno de R$ 4.500,00. Inventor de tudo isso, Leroux montou uma empresa para fabricar as mesas em parceria com uma fábrica norte-americana.

Mesas-bicicletas em sala de aula para alunos com hiperatividade

Hiperatividade não tem cura e ideia das bicicletas ajuda a manter concentração e foco para toda a vida

Os estudos mostram que a hiperatividade não tem cura, apesar de ter tratamento com medicamentos. Por isso, a ideia pode ajudar no desenvolvimento de formas de administrar o déficit de atenção.

“Como o medicamento não cura, a criança permanece com o mesmo problema. São necessárias ferramentas para que a criança aprenda a gerenciar seu problema de atenção“, disse o doutor em neurociência e psicoterapeuta Joël Monzée.

“Frequentemente, os jovens hiperativos se concentram melhor quando conseguem manter um certo nível de atividade motora. Apoiar os jovens com ferramentas adaptadas às suas necessidades é essencial“, avaliou a doutora Annick Vincent, especialista em déficit de atenção.

Que inovador, não é?

As informações são do Razões para Acreditar.