A primeira participação do surfe em OlimpÃadas pode ser longe do mar. Os organizadores dos Jogos OlÃmpicos de Tóquio, em 2020, acompanharam o evento-teste na piscina de ondas de Kelly Slater, na semana passada, e ficaram encantados com o que viram.
Buscando melhores ‘ondas naturais’, os japoneses pretendem levar a competição para o litoral da China. Justamente nesse quesito surge um problema para a realização do evento: e se o mar não colaborar e estiver calmo no dia?
O campeão mundial Gabriel Medina parece não ter problemas caso a disputa tenha que ser feitas numa piscina. Isso porque o brasileiro brilhou em evento com atletas profissionais, vencendo nomes do top do ranking como Mick Fanning, John John Florence, Filipe Toledo e Adriano de Souza, entre outros.
Kelly Slater passou mais de 10 anos fazendo experiências e testando a tecnologia para simular condições bem parecidas com as do mar. E no primeiro grande teste, os surfistas foram unânimes em elogiar as condições oferecidas. Já existe, inclusive, a possibilidade de usar a mesma tecnologia para replicar a experiência em outros paÃses, inclusive no Japão, Brasil e França, que receberá os Jogos de 2024.
Mesmo com condições parecidas com as ondas do mar, a ideia do Comitê Organizador Tóquio-2020 é fazer a competição na praia.
Existem argumentos contra e a favor de realizar a competição de surfe no mar. Em boas condições, é o local ideal para testar os atletas e colocá-los à prova. Também ajuda a mostrar parte do litoral do Japão para o mundo. Mas por depender da natureza, a competição corre o risco de ser um fiasco caso não tenha ondas no dia programado.
Na piscina, o formato de competição permite condições iguais de disputa para quem surfa com o pé direito ou esquerdo na frente. E também pode ser feito em arena fechada, com venda de ingressos. O debate tem tudo para continuar.