PUBLICIDADE

Região / Trânsito

Reabertura da Ponte dos Barreiros não é o fim dos problemas para moradores

Por Alexandre Piqui

Nesta quarta-feira (1°) teve fogos de artifício às 6 horas para celebrar a reabertura parcial da Ponte dos Barreiros em São Vicente. O prefeito Pedro Gouvêa (MDB) e outras autoridades estiveram no local para acompanhar os primeiros veículos passando no acesso entre as áreas continental e insular da Cidade.

Porém, os moradores ainda não estão completamente satisfeitos. A começar pelos ônibus que não podem passar pelo local devido determinação da justiça. O único transporte coletivo autorizado a trafegar é o micro-ônibus.

Gines Salas é um dos fundadores da ‘Frente da Ponte Pra Cá’, uma organização dos moradores que luta pelos interesses de mais de 150 mil pessoas que moram nos dez bairros da Ãrea Continental, conforme dados da Prefeitura Municipal. Em entrevista ao portal Mais Santos, ele diz que a reabertura não é uma vitória política.

“Em maio de 2019 os moradores se reuniram com vereadores e nenhum tinha lido o laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O secretário de transportes e o prefeito por diversas vezes minimizaram o problema. O prefeito e o governador perderam muito tempo discutindo de quem era a responsabilidade sobre a ponte. Se não fosse a ‘Frente da Ponte Pra Cá’, a pressão de outras lideranças da cidade e a ação do Ministério Público, talvez já tivesse ocorrido uma tragédiaâ€, desabafa Gines.

 - REVISTA MAIS SANTOS

Problemas

No dia em que poderia ser um alívio para a população, teve transtornos por conta do número de micro-ônibus disponíveis.

“O primeiro dia foi igualmente difícil, como tem sido todos os dias nos últimos sete meses, desde o fechamento. Foram 223 dias de ponte fechada, sem contar o caos do “siga e pare”. O prefeito e os vereadores soltaram fogos hoje, quando na verdade deveriam nos pedir desculpasâ€, comenta o fundador da organização dos moradores.

“A grande maioria dos 150 mil moradores depende de transporte público diariamente e os ônibus seguem impedidos de atravessar a ponte. Ou seja, o drama da ponte segue para milhares de trabalhadores e trabalhadoras, que estão tendo que descer do ônibus para pegar um micro-ônibus para daí sim poder atravessarâ€, complementa.

Respostas

Em nota, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) informa que colocou 18 micro-ônibus nas cabeceiras da Ponte para atender aos moradores.

A Otrantur Transportes e Turismo alega que traçou alguns planos para a comodidade do usuário do transporte coletivo em São Vicente. As linhas 201, 202, 203 e 204 que vinham da Ãrea Continental da cidade e paravam na cabeceira da ponte, irão voltar a fazer o trajeto mais até o centro de São Vicente. Ao todo serão 56 micro-ônibus que integrarão nas linhas.

Para os usuários que desejam ir até o ponto final que fica localizado na divisa entre as cidades de São Vicente e Santos, terá que fazer integração com as linhas 101 e 102 na Praça Coronel José Lopes, a Praça dos Correios.

A empresa afirma ainda que a integração entre qualquer linha, no período de uma hora sem pagar uma segunda passagem, só é realizada através do SV Card, mas nos primeiros quinze dias após a reabertura da ponte, para quem ainda não utiliza os cartões transporte a integração para o ponto final da divisa será realizada sem custo adicional ao usuário.

 - REVISTA MAIS SANTOS

Relembre o caso

A Ponte dos Barreiros foi interditada para o tráfego no dia 30 de novembro de 2019 devido ao risco de desabamento apontado pelo laudo emitido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O acesso ficou liberado apenas para ciclistas e pedestres.

Para garantir uma alternativa ao translado de passageiros entre a Ãrea Continental e a insular, a Otrantur Transportes e Turismo e a BR Mobilidade, que realizam o transporte municipal e intermunicipal na Cidade, implantaram linhas especiais temporárias.

Desde então, os passageiros descem na cabeceira da ponte, atravessem a pé e embarcam em outros ônibus.

No dia 30 de dezembro, O prefeito de São Vicente, Pedro Gouvêa e o superintendente regional da Caixa Econômica Federal na Baixada Santista, Sidney Soares Filho, assinaram o contrato para a liberação da verba destinada pelo Governo Federal às obras emergenciais e de recuperação geral da estrutura da ponte.

Na manhã do dia 3 de fevereiro, representantes da empresa PHD Engenharia Ltda apresentaram o projeto executivo definindo o que será necessário para a reforma emergencial.

Por fim, a empresa Terracom ficou responsável pelos trabalhos que foram iniciados no dia 27 de março de 2020. Nesta primeira etapa, a obra de caráter emergencial teve custo de R$ 5.767.831,91 com a recuperação de 52 estacas, uma longarina e três travessas. A segunda fase terá um custo de R$ 51.064.668,68 e prevê a recuperação das demais estacas e reforma da pista.

Fotos: Reprodução/ Prefeitura de São Vicente