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Região / Cotidiano

Munícipe de Cubatão espera há 2 anos por cirurgia de coração

O drama do munícipe de Cubatão, Genival Borges Monteiro, de 52 anos, não são somente as dores e os desconfortos decorrentes de problemas cardíacos, o cubatense está mais de um ano e meio esperando para receber uma cirurgia de cateterismo.

Segundo informações de sua esposa Fabiana Aparecida Gomes da Silva Monteiro, de 48 anos, no dia 11 de janeiro de 2017, ele passou mal e foi levado ao Hospital da cidade. Lá o paciente ficou internado dois dias. “Após esses dias, mesmo meu marido reclamando de dores no peito e na cabeça ele foi liberado para ir pra casaâ€, disse.

Um dia posterior a alta, Genival continuou com dores e mal-estar. Fabiana, ao perceber a anormalidade, resolveu chamar a ambulância do Sistema de Atendimento Móvel Urgência (Samu).

“Deixei-o no sofá e fui me arrumar, nesse período ele voltou a passar mal até que caiu no meio do corredor da minha casa. Bati no peito dele, pois, parecia que estava sem respirar.â€, relembrou.

Fabiana, então, segundo seu relato, disse que a ambulância não veio e foi quando ela resolveu pegar o enfermo pelos braços e levá-lo a pé mesmo.

Ainda conforme o testemunho da mulher, uma viatura da Polícia Militar, que fazia patrulha de rotina no bairro do Jardim Casqueiro, socorreu os conduzindo ambos para a base do Samu mais próxima.

“Lá os médicos fizeram o procedimento e o internaram novamente. Ele ficou mais dois dias na base de saúde e o mesmo médico, que havia atendido na primeira vez, dispensou ele de novoâ€, afirmou.

Ao chegar em casa, Fabiana disse que começou a perceber que Genival não conseguia segurar as coisas. Preocupada, ela perguntou se o companheiro estava bem. “Não estou sentindo os meus braços. Parecem que estão dormentesâ€, disse.

Na época, como o Hospital de Cubatão estava fechado, os familiares reencaminharam o homem enfermo para a base do Samu. “Para tentar descobrir o real diagnostico, o médico que estava de plantão solicitou um documento com urgência para fazermos uma tomografiaâ€, lembrou.

De acordo com a esposa, o exame de tomografia só foi acontecer três meses depois. “Se fosse depender desse exame o meu marido não estaria mais entre nós. É lamentável! Pagamos impostos e somos obrigados a ficar à mercê do Susâ€, lamentou Fabiana.

A reclamação dos parentes é que devido à morosidade do atendimento não era possível dar um diagnóstico preciso. “O médico disse que os sintomas físicos eram de um AVC, mas ele não poderia afirmar, justamente pelo tempo de demora. O especialista disse que as sequelas podem ser mínimas, mas por dentro Genival um alta carga da doençaâ€, declarou. Com o parecer do último médico, Fabiana decidiu conduzir seu marido até um cardiologista particular: “É complicado, pois, precisamos tirar dinheiro das próprias contas para tentar salvar a vida deleâ€, reclamou.

No dia 16 de março, os familiares receberam um encaminhamento para que Genival enfim desse entrada para receber do município de Cubatão a cirurgia de cateterismo.

“Pegamos o documento e juntamos com todos os outros papeis que são exigidos. Fomos até a Policlínica e demos entrada, no dia 24 de março. Eles, por sua vez, pediram para aguardar a nossa vez. Só que até agora nadaâ€, afirmou.

Em janeiro deste ano, Fabiana se dirigiu até a Secretária de Saúde de Cubatão para cobrar uma posição: “depois de várias ligações, eu fui até lá e um homem que se intitulou como Alex disse que deveríamos ter paciência e aguardar, pois havia sete pessoas na frente do meu maridoâ€, disse.

Fabiana declarou que como um munícipe que paga os seus impostos só gostaria de ser respeitada e assistida pela municipalidade.

“Eu acho que Cubatão já passou dos limites, pois é um descaso muito grande com uma pessoa doente. O nosso caso é de urgência e estamos nesse processo por quase dois anos. Há momentos que imagino que ele vai falecer nos meus braços e dentro da nossa casa sem recursosâ€, desabafou.

A reportagem do MAIS SANTOS entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo que informou ser de responsabilidade da municipalidade a administração do tempo de espera e da liberação das cirurgias nesses casos.

A Prefeitura de Cubatão, que também foi questionada pela nossa redação, informou que a Secretaria de Saúde de Cubatão acompanha o caso, mas tem como procedimento não divulgar informações particulares de pacientes. Apesar de organizar a lista de espera, o município não pode prever quando a será executado o procedimento, que é de alta complexidade e, por isso, realizado pela Secretaria do Estado e não pelo município.

Foto: Divulgação – PMC