O transporte público municipal de Bertioga opera com 60% da frota de ônibus nesta manhã de segunda-feira (15). Isso porque foi deflagrada a greve parcial dos motoristas, que estão com os salários e benefícios de junho atrasados.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Santos e Região, até as 9 horas de hoje, 80% dos ônibus circulavam na cidade. A partir desse horário, apenas 60% dos veículos estão nas ruas.
De acordo com o sindicato, o motivo da paralisação é porque os trabalhadores não receberam os salários de junho, o vale-refeição e a cesta-básica. “Os salários e a cesta estão atrasados desde sexta-feira retrasada (5), quinto dia útil do mês. O vale-refeição, desde 25 de junho. A empresa deve também salários de férias, plano de saúde e Fundo de Garantia (FGTS)”, informou o sindicato em nota.
“O impacto da greve seria maior se não fosse o período de férias escolares, o que afetaria as famílias de pelo menos 80% das 2.500 crianças servidas pelo serviço da rede pública”, acrescentou a entidade que representa a categoria.
A paralisação é parcial porque a Viação Bertioga, concessionária do transporte coletivo municipal, obteve decisão liminar na Justiça que garante a operação de pelo menos 40% da frota.
Procurada, a Prefeitura de Bertioga respondeu em nota que “diante do comunicado decisivo de greve feito pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Santos e Região que acontece a partir desta segunda-feira (15), foi expedida pela justiça uma liminar para que a Viação Bertioga mantenha em funcionamento um mínimo de 80% das linhas nos horários considerados de pico, ou seja, das 6 às 9 horas e 16 às 19 horas, e 60% nos demais horários. A Diretoria de Trânsito e Transporte informa que está fiscalizando para que sejam mantidos os serviços, conforme determinação da justiça”.
Sindicato aguarda conciliação no TRT
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Santos e Região, José Alberto Torres Simões, o Betinho, aguarda reunião de instrução e conciliação ainda não marcada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
“Pedimos desculpas à população, que não têm culpa pelas irregularidades trabalhistas da empresa, e apostamos que a Justiça do Trabalho fará justiça”, diz o sindicalista.
O secretário-geral do sindicato, Eronaldo José de Oliveira, o Ferrugem, lembra que a lei de greve (7783-1989) “é seguida à risca. Respeitamos a lei e esperamos que a empresa nos respeite, pagando o que é devido”.
A greve é por tempo indeterminado. A Viação Bertioga, no litoral norte paulista, atende 12 mil passageiros por dia e rotineiramente atrasa os salários e benefícios dos empregados.
Os trabalhadores quase entraram em greve, em 17 de junho, o que só não aconteceu porque a empresa pagou, nos dias 13 e 14 daquele mês, o que devia aos empregados.
Eles estavam sem receber os salários e a cesta-básica desde 7 de junho, quinto dia útil do mês. E sem o vale-refeição desde 25 de maio. “Exatamente como agora”, reclama Beto Simões.

Trabalhadores e sindicalistas diante da garagem da Viação Bertioga, na manhã desta segunda-feira (Paulo Passos/Sindicato dos Rodoviários)