Por Alexandre Piqui
A denúncia foi feita pelo morador David Delfino. Ele trabalha com transporte escolar e na manhã de segunda-feira (29) se deparou com a imprudência de um motorista de caminhão. Desde as seis horas o veículo estava estacionado de forma irregular em frente à escola municipal Olavo Bilac, no bairro do Marapé em Santos.
Foto: Arquivo pessoal/ David Delfino
O trabalhador autônomo, morador da cidade resolveu denunciar o caso à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A primeira ligação foi às 6h20, a segunda às 11h20. E nada de ver a remoção do veículo. Somente no terceiro contato à Central de Atendimento, por volta das 16h30, soube pela atendente o motivo do caminhão ainda estar no local. Não havia lugar no pátio de veículos. Delfino gravou as conversas com as atendentes e encaminhou os áudios ao MAIS SANTOS. Na última ligação questiona o fato de nada ter sido feito e a resposta vem em forma de deboche por parte da funcionária do telemarketing.
Morador: – Boa tarde! Aqui na Rua Carvalho de Mendonça, número 601, tem um caminhão truck que está parado desde as seis horas.
Atendente: – Só agora o senhor está ligando?
Morador: Não, não! Eu já liguei três vezes. Agentes da CET vieram pela manhã, no primeiro horário, depois estiveram num segundo horário e o caminhão continua aqui estacionado.
Na sequência da conversa, após ela localizar os outros dois chamados, informa ao munícipe.
Atendente: – O caminhão foi autuado. Não tem como remover!
Morador: – Porque não tem como remover este caminhão?
Atendente: – Pois não tem espaço no pátio!
Morador: – Você está brincando?
Atendente: – Só dá para autuar!
Como trabalha com o transporte de crianças, Delfino ficou preocupado com o perigo em que elas ficaram expostas. “Eu sou obrigado a desembarcar as crianças em fila dupla. Correndo o risco de um acidente grave”, relata.
Durante a conversa ele diz ter falado com o motorista do caminhão que se recusou a tirar o veículo da vaga irregular e sugere para a CET ir até o local com a Polícia Militar. A atendente responde: “Tá! E vai colocar o caminhão aonde?” e o morador retruca. “Eu não sei! O caminhão é do cara, não é meu! Eu sou munícipe, não me interessa aonde vai por. Ele está atrapalhando”.
A funcionária que presta serviço para CET-Santos esclarece que “se o pátio não tem como receber o veículo, no caso de um caminhão, aí fica somente a autuação”. No final da tarde, por volta das 17h30, o motorista de Van escolar voltou à unidade de ensino para buscar os alunos. Ele saiu às 18 horas e o caminhão permanecia no mesmo lugar.
Em nota a CET Santos informa “que, após a denúncia das 11h20, um agente foi ao local e realizou a autuação por estacionamento em local proibido. Porém, a remoção não foi possível em razão de não haver espaço físico para a operação de guinchamento (e não de falta de espaço no pátio), pois o caminhão estava entre dois veículos estacionados em locais permitidos pela sinalização. Já no atendimento feito às 16h35, a viatura da CET esteve novamente no local e efetuou o acionamento do guincho, porém o proprietário do caminhão chegou a tempo e retirou o veículo. Reiteramos que o atendente do 0800 será reorientado sobre a importância de prestar informações claras e precisas para os munícipes que entram em contato com a Companhia.