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Edição Semanal

Bondes elétricos de Santos: 116 anos de muito orgulho para os santistas

Santos tem cheiro de maresia e som de sino de bonde. Quem anda por suas ruas antigas, de calçamento irregular, talvez ainda ouça, entre o tilintar dos copos de café nas padarias, o bonde passando devagar – quase como quem respeita o tempo.
Ah, os bondes de Santos… eles não correm, eles desfilam. Não transportam apenas passageiros, mas histórias, memórias e uma certa melancolia doce, daquelas que fazem bem. Eles cortam o centro histórico como se fossem personagens vivos, com suas linhas centenárias e seus bancos de madeira que ainda guardam, talvez, o calor de uma tarde de domingo em 1947.
O bonde não tem pressa. E isso é sua maior sabedoria. Enquanto o mundo corre, ele anda. E ao andar, ensina. Ensina que há beleza em observar, que o tempo pode ter outro ritmo, que olhar para o alto dos sobrados antigos é tão necessário quanto olhar para frente.
Quem embarca no bonde de Santos não quer apenas chegar a algum lugar. Quer passear por dentro de um tempo que não volta mais, sentir-se parte de uma cidade que insiste em lembrar quem ela foi — e quem ainda é, sob as camadas de concreto moderno.
Hoje, os bondes ainda passam, misturando turistas curiosos e santistas saudosos.


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