Dar uma espiadinha na vida alheia é uma atividade tão antiga quanto fascinante. Querer conhecer as verdadeiras faces das pessoas, reveladas pelo confinamento em um ambiente único, e ainda despertar discussões de temas, debatidas em uma aristocrática mesa de jantar ou em um bar dos mais populares, é um esporte praticado por muitos brasileiros que acompanham diariamente os realities shows.
A estreia da edição 22 do Big Brother Brasil, levado ao ar pela Rede Globo, e o surgimento na TV brasileira de outros tantos filhotes, que propõem tipos diferentes de objetivos e desafios ao longo de mais de duas décadas, fazem surgir novamente uma história antiga, que acontecia com as telenovelas.
Até o inÃcio dos anos 1970, acompanhar essas histórias na telinha era para as mulheres das classes populares. Quem tinha empregada em casa, costumava dizer que viu alguma cena porque passou casualmente pela porta do quarto dela e o aparelho estava ligado. Encontrar um homem que admitisse ver novelas naqueles tempos era mais difÃcil do que encontrar uma agulha em um palheiro.
Apesar do preconceito que ainda existe – e já foi bem maior -, os realities shows são fonte de entretenimento para todos os sexos e classes, gerando até torcidas apaixonadas – e amplificadas pelas redes sociais, alicerce da cobertura jornalÃstica dos programas, de olho em cada passo ou deslize dos participantes.
Quem esteve lá dentro não esquece do que viveu. Quem assiste não vê a hora de chegar a próxima edição, ainda que a atual tenha poucos dias no ar. Por tudo isso, a Mais Santos Online fala deste fenômeno tão longevo sob os mais diversos ângulos desta máquina de heróis e vilões, gerados por uma inocente – ou não – espiadinha.