Casos foram identificados em duas pessoas do grupo Yukpa
Os dois primeiros casos de coronavÃrus entre povos indÃgenas da Colômbia foram confirmados na terça (31), aumentando os temores de que a doença altamente contagiosa dizime comunidades vulneráveis.
Os casos foram identificados em duas pessoas do grupo Yukpa, que vive em condições de pobreza em um aglomerado de abrigos e barracas em Cúcuta, cidade fronteiriça do norte, de acordo com a Organização Nacional IndÃgena da Colômbia (Onic), a principal autoridade indÃgena do paÃs.
Especialistas de saúde dizem temer que o coronavÃrus se dissemine rapidamente entre comunidades que têm pouca imunidade a doenças comuns na população em geral. Seus sistemas imunológicos muitas vezes são frágeis, e sujeitos a desnutrição, hepatite B, diabetes e doenças respiratórias como a tuberculose, dizem os especialistas.
“Estamos muito preocupados”, disse Maricela Londoño, secretária de imprensa da Onic..
Vários outros casos possÃveis estão sendo acompanhados atentamente nas reservas indÃgenas da Colômbia, acrescentou.
Cerca de 2 milhões de indÃgenas vivem em 115 grupos diferentes no paÃs, das montanhas do norte à floresta tropical amazônica no sul.
As 56 mil famÃlias indÃgenas que moram perto de cidades grandes e pequenas estão particularmente em risco, assim como as que moram em áreas de fronteira, alertou a Onic.
Cúcuta se tornou um dos maiores pontos de entrada de venezuelanos que fogem do caos polÃtico em sua terra natal. Membros do povo yukpa vivem nos dois paÃses.
A Colômbia fechou suas fronteiras com a Venezuela, Equador, Peru, Panamá e Brasil, mas as pessoas conseguem atravessar despercebidas. “Isso coloca todos em risco grave”, disse Londoño.
Como algumas aldeias têm dezenas de pessoas ou menos, as mortes do coronavÃrus podem levar comunidades inteiras à extinção, de acordo com a Onic e grupos de defesa dos direitos indÃgenas.
No inÃcio de março, lÃderes indÃgenas de toda a Colômbia orientaram as comunidades a se interditarem, manter estranhos à distância, adotar o distanciamento social e suspender aulas e encontros em terras ancestrais.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Carlos Eduardo Ramirez