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Internacional

De olho em Paris, Rogério Sampaio analisa campanha histórica em Tóquio

Por Ted Sartori

Depois de duas semanas do fim dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Brasil ainda comemora o melhor desempenho do País na história da competição. Foram 22 medalhas (sete de ouro, seis de prata e oito de bronze), duas a mais do que a quantidade obtida no Rio 2016 (foram 19), o maior número de ouros em uma edição, igualando os Jogos do Rio, e pódios em 13 modalidades, outra marca inédita no evento.

“Cumprimos a meta de superar o desempenho da Rio 2016. Esta é apenas a segunda vez que um país apresenta melhora de resultados após ter sediado os Jogos na edição anterior. Antes, somente a Grã-Bretanha havia alcançado tal feito: abrigou o evento em Londres 2012 e obteve um desempenho superior no Rio 2016. A preparação para Tóquio começou em 2013, com um custo total aproximado de R$ 65 milhões, sendo R$ 46 milhões esse ano”, afirma Rogério Sampaio, diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

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Não bastasse a eloquência destes números, há muito mais a festejar em meio às medalhas e mesmo aos que não subiram no pódio, como lembrou Sampaio. Ele, inclusive, foi capa da edição mensal de julho da Revista Mais Santos, em uma longa entrevista falando de sua história no esporte (foi ouro no judô nos Jogos de Barcelona 1992) e traçando perspectivas para a Olimpíada de Tóquio, que então se aproximava.

“Outro dado que nos orgulha bastante é o fato de que 10 modalidades tiveram a melhor participação na história dos Jogos. São elas: Badminton – 1ª vitória em nossa história (Ygor Coelho); Boxe – 3 medalhas, sendo 1 ouro; Canoagem Velocidade – 1ª medalha de ouro na história; Ciclismo BMX – melhor colocação: 14° lugar de Renato Rezende; Ciclismo MTB – melhor colocação: 13° lugar de Henrique Avancini; Ginástica artística – 1ª edição com ouro e prata (Rebeca Andrade); Hipismo adestramento – melhor colocação: 26° lugar de João Victor Oliva; Maratona aquática – ouro de Ana Marcela Cunha; Tênis – Bronze de Laura Pigossi/Luisa Stefani (primeira medalha na história); e Tênis de mesa – quartas de final de Hugo Calderano (além de uma vitória inédita por equipes)”, detalha o dirigente.

Sampaio também destacou o papel marcante das mulheres brasileiras do outro lado do mundo. “Um dos trunfos desta campanha foi o desempenho feminino. Pela primeira vez, as brasileiras conquistaram 3 ouros em uma edição e totalizaram nove pódios (foram ainda 4 pratas e 2 bronzes). Ao todo, as mulheres conquistaram 42,3% das medalhas do país, superando os 41,2% de Pequim 2008 (2 ouros, 1 prata e 4 bronzes)”, explica.

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O cumprimento rígido dos protocolos sanitários contra a Covid-19 pelo Time Brasil nos Jogos de Tóquio valeria, como lembrou o diretor-geral do COB, mais uma medalha. Nenhum caso positivo para a doença foi registrado na delegação nacional durante a competição.

“Mesmo com boa parte dos integrantes vacinada – 96% com a 1ª dose (303 pessoas) e 82% com as duas doses (259 pessoas) -, os cuidados com a saúde seguiram sendo os mesmos: testagem diária obrigatória e monitoramento dos riscos pela equipe médica, entre outras medidas. Equipamentos de proteção: 6.000 testes de antígeno, 68.000 máscaras descartáveis, 2.400 máscaras N95, 2.400 máscaras Time Brasil, 400L de álcool líquido e 70 óculos de proteção. Nosso protocolo segue com o monitoramento por 14 dias no retorno ao Brasil, para ver se há algum sintoma depois da longa viagem para voltar ao país”, detalha Sampaio.

O Comitê Olímpico do Brasil destinará R$ 4.650.000,00 como premiação pelas 21 medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Serão contemplados 54 atletas que subiram ao pódio em modalidades individuais, em grupo ou coletivas. Os prêmios serão pagos a todos os atletas em dezembro de 2021, no Prêmio Brasil Olímpico. “É uma recompensa por todo trabalho e esforço desses atletas que colocaram o Brasil em posição de destaque nos Jogos Olímpicosâ€, completa o dirigente.

Para os esportes individuais, o ouro vale R$ 250 mil, a prata R$ 150 mil e o bronze R$ 100 mil. Já para esportes em grupo (dois a seis atletas), será pago respectivamente R$ 500 mil, R$ 300 mil e R$ 200 mil a serem divididos entre os participantes. Por fim, para os coletivos, o valor a ser compartilhado é de R$ 750 mil, R$ 450 mil e R$ 300 mil.

De olho em Paris

Tóquio já é passado e os Jogos de Paris, na França, em 2024, não são apenas futuro para o COB, mas também integram o presente. O Comitê já iniciou o planejamento e as viagens de inspeção a fim de proporcionar as melhores condições possíveis de preparação aos atletas.

“Já foram feitas duas viagens ao continente europeu e será realizada a próxima em outubro deste ano, onde pretende fechar a estrutura de treinamento para a equipe de vela em Marselha, na Espanha. Portugal, que recebeu a Missão Europa – local de treinamento dos atletas em meio à pandemia – deve ser a base principal do Time Brasil na Europa no período que antecede Paris 2024. Durante o evento haverá também uma base em Paris dando suporte aos atletas”, detalha Sampaio.

O momento é de identificar os locais e de decidir internamente quais são as melhores alternativas por questões logísticas e de custos. “Para modalidades como o hipismo, por exemplo, o transporte dos animais, que já estão na Europa, será bem mais tranquilo. Outras modalidades terão seus materiais de treino enviados para o continente europeu nos próximos meses. Em princípio, teremos uma dinâmica mais tranquila do que no Japão, já que muitas confederações já têm suas estruturas tradicionais da Europa. Gostamos muito de Espanha e Portugal pela proximidade de cultura e idioma que facilita para os atletas”, revela o diretor-geral do COB.

Fotos: Divulgação/COB e Breno Barros/rededoesporte.gov.br