Por Juliana Moraes

Dois jogadores do basquete santista foram convocados para a seleção brasileira de basquete 3×3. Rafael Frias e Luiz Bidart estiveram na primeira lista de chamadas da Confederação Brasileira de Basketball, que treinou oito atletas para disputar a Copa do Mundo da modalidade. Mesmo convocados, os dois jogadores do time Santos 3×3 ainda não garantiram suas vagas na seleção.

Rafael começou no basquete 3×3 em 2017. Após o time ganhar um torneio brasileiro, garantindo vaga no World Tour, realizado no México, o esporte passou a ser levado mais a sério pelo atleta, que hoje é o oitavo melhor do país na modalidade. “É a minha primeira convocação, eu nunca vesti a camisa da seleção brasileira e ser convocado foi algo muito especial na minha carreira, é o fruto de um trabalho de dois anos”, diz ele orgulhoso.

Além de visar a copa de mundo, Frias fala sobre o Pan Americano, que acontece logo em seguida, e no campeonato classificatório para o World Tour no México, que acontece no mês de maio.

O atleta acredita que o maior desafio do basquete 3×3, é de que os atletas se mantenham numa rotina profissional de treinos. “Eu jogo basquete de quadra, então consigo me manter em forma, diferente de alguns atletas que tem outros trabalhos em paralelo e precisam se manter em alto nível se querem disputar posições do ranking e fazerem parte de campeonatos mundiais”.Luiz, que também foi convocado pela primeira vez para a seleção, começou a jogar basquete com 11 anos e teve a experiência de fazer parte de times universitários nos Estados Unidos.

A expectativa do atleta é grande. Ele afirma que o Brasil tem tudo para melhorar os resultados que teve no último mundial. “Esse mundial é muito importante porque é pré olímpico. No ano que vem, quanto melhor o Brasil for, mais suporte o basquete vai ter e melhor preparados os atletas estarão para os torneios que podem classificar o Brasil para a olimpíada”.

Sétimo no ranking de jogadores, Bidart acredita que o maior desafio da modalidade seja o profissionalismo, pois muitos dos campeonatos são realizados na Europa. “Nós precisamos de ajuda financeira e patrocinadores que possam custear essas viagens. São viagens que precisamos fazer para continuar elevando o nível do nosso basquete e para poder participar dos principais torneios que acontecem ao redor do mundo”, diz o jogador.

Quanto aos diferenciais, os dois jogadores concordam que devido a estarem em um time muito bom e em primeiro na ‘Liga’, conseguem manter o nível do time nas competições. “Dessa forma conseguimos chegar nas finais dos campeonatos, que acabam atraindo um pouco mais de atenção para os nossos jogos”, finaliza Bidart.Atualmente, o time dos dois jogadores, Santos 3×3, é o segundo melhor do Brasil.

Regras da modalidade

Diferente do 5×5, a modalidade que foi baseada nos basquetes de rua se forma com dois times de três jogadores (e um reserva), em apenas meia quadra.

Considerado como o esporte urbano numero 1, o basquete 3×3 tem regras inovadoras que se diferenciam do basquete convencional, tornando as partidas mais dinâmicas.

Um cara e coroa determina a primeira posse de bola. Nas pontuações, os arremessos de dentro da linha de dois pontos, valem apenas um ponto, assim como os lances-livres. Já arremessos feitos atrás da linha de três pontos, valem dois pontos.

A partida da modalidade dura 10 minutos, mas o time que fizer 21 pontos primeiro vence.
Outra diferença da modalidade é dimensão da bola, que possui uma circunferência inferior a bola do basquete 5×5.

Como o espaço da quadra é menor, o basquete 3×3 pode ser jogado em diferentes ambientes, como em Shopping Centers.

O esporte começou a ter mais visibilidade em 2010 depois dos jogos olímpicos da Juventude, que aconteceram em Cingapura, já o Brasil começou a competir na modalidade a partir de 2011, em um mundial sub 18.