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2.0 - REGIÃO

Em Cubatão, petroleiros vendem gás de cozinha por R$ 32,00

Em ato unificado no dia que a greve completa uma semana, os petroleiros do Litoral Paulista levam a campanha do gás de cozinha também para a cidade de Cubatão. A venda começou a partir das 7 horas, na portaria 1 da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC). No total, serão vendidos 250 botijões por R$ 32,00 cada.

Para contemplar o maior número possível de lares, tem sido comercializada apenas uma unidade por família. No local, já existe fila de pessoas com o botijão aguardando para retirar uma das unidades disponíveis.

Os petroleiros estão no local distribuindo material informativo e explicam os motivos da ação. Este é o terceiro ponto de venda, dando sequência às iniciativas realizadas em Santos e São Sebastião nesta quinta-feira (13).

Na sede do Sindipetro-LP, em Santos, foram vendidos 150 botijões por R$ 32 e no Terminal Aquaviário Almirante Barroso, em São Sebastião, foram vendidos 100 unidades, a R$ 30.

Parte de uma campanha nacional dos petroleiros, em greve pela manutenção de direitos e contra as demissões de mais de mil trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Araucária (Fafen/PR), no Paraná, “a campanha é uma resposta ao presidente Bolsonaro, que lançou um desafio aos governadores dizendo que zeraria os impostos federais se eles fizessem o mesmo. Trata-se de jogo de cena, pois bastaria a Petrobras cumprir seu papel original, que é atender aos interesses da população e não o lucro de meia dúzia de acionistas privados, para ele reduzir o preço do gás e combustíveis”, defende Adaedson Costa, secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros.

Com valor médio de até R$ 70 na maioria das cidades do país, chegando a R$ 120 em algumas cidades, o preço do botijão de gás sofreu uma disparada nos preços desde que, em 2019, o governo federal forçou a Petrobras a adotar a política de paridade com os preços internacionais. Em vez de calcular os custos de produção de gás e petróleo no Brasil pelo Real, nossa moeda, agora os custos são calculados em dólar.

Essa mudança, na opinião do movimento sindical, foi prejudicial. “A Petrobras sempre foi um pesadelo à concorrência porque o preço praticado por ela influencia todo o mercado. Sempre foi assim, se ela oferecia preços mais justos a concorrência era forçada a acompanhar. E, claro, elas não gostavam, pois viam a margem de lucro diminuir. Agora, forçada a acompanhar os valores praticados lá fora, a Petrobras deixa de oferecer preços mais justos, como já ocorreu no passado, abrindo caminho para os preços abusivos atuais.

Para o Sindicato, a nova política beneficia acionistas privados da Petrobras, empresas concorrentes do mercado interno e importadoras. “O que antes era produzido aqui, principalmente na Petrobras, gerando emprego, renda e girando a economia, agora vem de países como China e Estados Unidos. Pra piorar, o governo reduziu a produção das refinarias em 70%, encarecendo a produção e estimulando ainda mais a importação”, explica Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.

Para reduzir o valor do gás de cozinha e derivados de petróleo, os petroleiros defendem o fim da paridade de preços com o mercado internacional, a suspensão das medidas privatizantes, como a venda de ativos, a diminuição da importação de derivados e a retomada das obras de ampliação das refinarias para atender o mercado interno e gerar emprego.

(Foto: Divulgação/Sindipetro)