Da Redação
Com informações da Unicamp
Aldeias indÃgenas no litoral paulista têm recebido a visita de equipe de pesquisadores, cujo objetivo é ajudar em ações contra a pandemia da Covid-19 e colaborar com a saúde das populações vulneráveis. A ação parte de uma articulação que uniu a universidade, o Instituto Butantan, Funai, Comissão Guarani Yvyrupa e Secretaria de Saúde IndÃgena (Sesai).
O objetivo do grupo vai muito além de apenas realizar testes diagnósticos entre os membros da população indÃgena.Também possui uma abordagem social. “Fizemos rodas de conversa com o intuito de sensibilizar a população sobre o problema e falar sobre as formas que existem para bloquear a transmissão do vÃrus, como distanciamento social, lavagem das mãos e o uso de máscara. Nossa intenção é continuar acompanhando essas aldeiasâ€, afirma Paulo Abati, médico infectologista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp especializado em saúde indÃgena.
As realidades das comunidades Guaranis em Mongaguá geram preocupação por conta da pandemia, segundo Abati. Todos os grupos, por terem pouca área para o roçado, a caça e a coleta de alimentos, necessitam visitar a cidade com certa frequência. “O fluxo de deslocamento entre as aldeias e a cidade caiu bastante, mas ficar 100% isolado não é possÃvelâ€, diz.
Apesar das dificuldades, os resultados dos exames diagnósticos feitos pela Unicamp mostram que a maioria das comunidades está conseguindo se proteger. Na Aldeia Aguapeu, 90% da comunidade foi testada, porque os demais estavam na cidade. Entre as 67 pessoas que aceitaram fazer o teste pelo método do swab (cotonete especial), um resultado deu positivo e outros dois foram inconclusivos.
Em outras duas aldeias, Tangará e Aldeinha, os 80 testes realizados deram negativos. Enquanto na primeira localidade 100% da população passou pelo teste, na segunda visita 7 indÃgenas, de um total de 42 moradores do local, não quiseram fazer o exame. “Nós atuamos sem uma visão etnocentrista. Com muito diálogo e humildade culturalâ€, afirma o médico da Unicamp. Segundo ele, o apoio à s aldeias, em breve, deve se estender também para a região do Vale do Ribeira.
Fotyos: Divulgação/Unicamp