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Região / Meio Ambiente

Charlote-pigmeu que havia sido solto no mar é encontrado morto um dia depois 

De acordo com o Gremar, a suspeita é que ele tenha tido interação com materiais de pesca. A análise dos pulmões evidenciou afogamento.

 

 

Foto: Instituto Gremar

Por Vinícius Farias

O golfinho da espécie Kogia breviceps, popularmente conhecida como cachalote-pigmeu, que foi resgatado e reabilitado pelo Instituto Gremar, foi encontrado morto na Praia do Itaquitanduva, em São Vicente, nesta quinta-feira (6), com diversas marcas por todo o corpo. De acordo com o Gremar, a suspeita é que ele tenha tido interação com materiais de pesca. A análise dos pulmões evidenciou afogamento.

O Gremar informou, que foi acionado para resgatar um golfinho, já em óbito, um dia depois de ele ter sido devolvido à natureza. A equipe se encaminhou até o local para a realização do exame de necropsia, onde confirmou que se tratava do mesmo animal.

O Instituto reforça, que a captura acidental em redes de pesca ainda é um dos maiores impactos para a vida marinha. Lutar para transformar essa realidade é um trabalho de toda a comunidade, e envolve mudanças de hábitos e conscientização individual.

 

Mais sobre o caso

A charlote-pigmeu havia sido resgatada na manhã do último domingo (2), por volta de 11h, pelo Gremar, após encalhar na Praia do José Menino, em Santos. O golfinho trata-se de uma fêmea, juvenil, com 3m de comprimento, que apresentava lesões aparentes em sua região caudal.

Na data, durante mais de quatro horas os veterinários e técnicos de campo permaneceram no mar, a cerca de 30 metros da faixa de areia, onde o animal foi medicado e estabilizado, até que pudesse ser encaminhado ao Centro de Reabilitação localizado no Guarujá. No local, o golfinho passou a ser monitorado 24h em um tanque de 60 mil litros de água, com sistema de suporte de tratamento, onde recebeu medicações, suplementação vitamínica e alimentação.

Três dias após ser resgatado na Praia do José Menino, o golfinho foi solto na praia do Guaiúba, em Guarujá, durante operação coordenada pelo Instituto Gremar, na tarde desta quarta-feira (5). O animal apresentava boa capacidade de natação, comportamento esperado para a espécie, além de exames clínicos com parâmetros dentro da normalidade, sendo considerada apta para a soltura.

Foto: Instituto Gremar

Charlote-pigmeu 

Esse grupo pertence à ordem dos cetáceos (baleias, botos e golfinhos) e possuem características como presença dentes e apenas um orifício respiratório. Habitam águas costeiras e oceânicas ao redor do globo e seu tamanho pode varia de 1,5 m para a Franciscana a 18 m para o macho adulto do cachalote. As orcas e o golfinho-nariz-de-garrafa são as espécies mais conhecidas entre os odontocetos.

A espécie ocorre preferencialmente ao largo da plataforma continental em águas tropicais e temperadas, podendo ser avistada solitária ou em pequenos grupos de até 6 indivíduos. Possuem dieta a base de invertebrados, peixes e cefalópodes e pode chegar a 3,5 m e 410 kg. Existem muito poucas informações sobre a espécie, fazendo com que ela seja classificada como contendo dados insuficientes (DD) para categorização de seu status de conservação.

 

O que fazer se encontrar um animal
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato com o Gremar pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99711 4120. É possível ainda comunicar a GCM pelo 153 ou com a Polícia ambiental pelo 3348-4750.