PUBLICIDADE

Região / Meio Ambiente

Doze golfinhos são encontrados mortos em Bertioga

A equipe identificou no grupo quatro machos adultos e oito fêmeas (uma filhote, duas juvenis e cinco adultas). Desde o último dia 1º de janeiro, 53 toninhas encalharam no mesmo trecho.

 

 

Foto: Divulgação / Gremar

Por Vinícius Farias

Doze golfinhos, da espécie “Pontoporia blainvillei”, popularmente conhecido como toninha, foram encontrados mortos na manhã desta quinta – feira (23), na Praia do Indaiá, em Bertioga. Os animais foram encontrados pelos técnicos de campo do Instituto Gremar.  A equipe identificou no grupo quatro machos adultos e oito fêmeas (uma filhote, duas juvenis e cinco adultas).

As carcaças encontravam-se ainda em início do processo de decomposição, sem exceção. Todas foram encaminhadas ao Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, no Guarujá (SP), para realização de exames de necropsia, que poderão indicar a causa mortis dos animais com mais precisão.

De acordo com o Instituto Gremar, De janeiro a dezembro de 2022, no trecho monitorado pelo Instituto PMP-BS (praias de Bertioga, Guarujá, Santos e São Vicente), foram registrados 110 encalhes de golfinhos desta espécie, todos em óbito, exceto um indivíduo, que posteriormente também não resistiu.

Já em 2023, desde o último dia 1º de janeiro, 53 toninhas encalharam no mesmo trecho, incluída a ocorrência desta quinta-feira (23/3).

Dentre os fatores que mais afetam sua sobrevivência estão a interação com redes de pesca, a poluição das águas, a sobrepesca (que reduz a disponibilidade de alimento) e a poluição sonora causada pela intensa atividade portuária são os fatores que mais afetam a sobrevivência da espécie.

É possível acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99711 4120. Para mais informações sobre o PMP-BS, consulte: www.comunicabaciadesantos.com.br

 

Sobre a Toninha: 

A toninha é uma das menores espécies de golfinho do mundo, ocorrendo apenas na América do Sul, entre o Espírito Santo, no Brasil, e o Golfo San Matias, na Argentina. Além disso, está criticamente em perigo, segundo a Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, sendo considerada a mais ameaçada do Brasil entre os golfinhos.

As fêmeas têm apenas um filhote a cada um ou dois anos e a gestação dura aproximadamente 11 meses, o que é considerado um longo período quando se trata de recuperar as populações.

A luta pela conservação das toninhas envolve conhecimento e conscientização da população sobre os riscos que essa espécie de cetáceo está passando e de como sua possível extinção traria grandes prejuízos ao ecossistema marinho.