Foram presas 958 pessoas, sendo que 382 eram foragidas ou procuradas pela Justiça. No total, foram apreendidas 117 armas, entre fuzis e pistolas, e 967 quilos de drogas. 70 adolescentes foram apreendidos.
Foto: Instagram / Guilherme Derrite
Por Vinícius Farias
Após 40 dias do seu início, a Operação Escudo chegou ao fim, nesta terça-feira (5). A notícia foi passada pelo secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, em entrevista coletiva na Capital de São Paulo. A ação policial começou após a morte do soldado da equipe de Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Patrick Reis, em Guarujá.
Durante a ação policial, 28 pessoas morreram, sendo 22 em Guarujá e 6 em Santos. Foram presas 958 pessoas, sendo que 382 eram foragidas ou procuradas pela Justiça. No total, foram apreendidas 117 armas, entre fuzis e pistolas, e 967 quilos de drogas. 70 adolescentes foram apreendidos.
Derrite informou que as drogas apreendidas no litoral apresentam um prejuízo milionário para o crime organizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que esse número ultrapassa os R$2 milhões.
Durante a coletiva, o secretário disse que a Baixada Santista vai retomar a “Operação Impacto”, que atua no combate à criminalidade na Baixada Santista. Ele disse que antes, a região tinha um problema grave de segurança pública e que a Operação Escudo teria desarticulado as ações criminosas.
“Mais do que um recado, foi uma demonstração clara de que o Estado não será afrontado em nenhuma ocasião. Esperamos que novas operações não sejam necessárias, mas, caso seja preciso, operações escudos serão desencadeadas para garantir que não haverá um estado paralelo dentro do Estado de São Paulo”, afirmou o secretário.
Derrite informou que os policiais do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) vão voltar aos postos deles, mas serão mantidos efetivos do Choque e o remanejamento das vagas da Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar (Dejem) para continuar o apoio no policiamento da região.
Autoridades e Instituições
Desde o início da ação policial, diversas autoridades e órgãos favoráveis aos direitos humanos, pediam o fim da Operação Escudo, pois havia denúncias de que os policiais torturavam as pessoas e abusavam do poder. Um deles foi o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que reuniu ao menos 11 relatos de violações dos direitos humanos. O conselho recomendou ao Governo de SP que parasse a ação e apresentasse esclarecimentos em até 20 dias, a partir de 1º de setembro.
Quando questionado sobre isso, Derrite disse que as denúncias de execução são falsas, pois, segundo ele, nenhum laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta execução ou tortura. “Ao longo de toda a operação nós vimos alguns apontamentos dizendo que denúncias haviam sido feitas, dizendo que houve execução e nos laudos do IML. Nenhum laudo aponta sinais de execução, que houve tortura e nenhum laudo e necrópsia do Instituto Médico Legal, o órgão responsável técnico, nenhum aponta um hematoma, uma queimadura de cigarro. Isso não foi apontado e nós temos como comprovar isso pelo brilhante trabalho da polícia científica. “
De acordo com a SSP, durante os 40 dias de operação e as centenas de prisões, em 28 abordagens os suspeitos reagiram, entraram em confronto com os policiais e acabaram morrendo. Todos estes casos são investigados pela Deic de Santos, com apoio de equipes do DHPP, e por um inquérito policial militar instaurado pela PM.