Por Eduardo Velozo Fuccia
O policial civil aposentado Francisco Martori Sobrinho, de 62 anos, morreu na madrugada deste sábado (12), na Santa Casa de Santos, em decorrência de complicações da covid-19. Ele estava internado desde o último dia 1º. O corpo será cremado. Devido aos protocolos sanitários, não haverá velório.
Estudioso incansável, Martori sempre se reinventava e também militava na advocacia criminal e na perÃcia judicial. Como agente da segurança pública, ele era sagaz e participou da elucidação de inúmeros casos. Aliava esse talento aos seus conhecimentos jurÃdicos, porque também era professor de Direito Penal e Processo Penal.
Os seus relatórios policiais eram bases sólidas para o Ministério Público denunciar e o Poder Judiciário condenar, quando ele atribuÃa a autoria de algum crime a alguém. No entanto, em sua atuação como advogado ou perito, conseguia a absolvição de pessoas inocentes ou que eram acusadas sem provas suficientes para eventual condenação.
Exemplo recente, de abril, foi um laudo grafotécnico elaborado por Martori, que resultou na absolvição de uma mulher acusada de tráfico internacional de drogas. O documento produzido pelo perito colocou em xeque perÃcia anteriormente feita pela PolÃcia Federal e mereceu, inclusive, elogio de um juiz federal na sentença.
No mês passado, dois jovens ganharam ação de indenização contra o Estado de São Paulo porque ficaram 205 dias presos injustamente. Martori foi o responsável pela perÃcia que afastou os rapazes da cena do crime e comprovou de forma categórica e irrefutável a inocência da dupla e, consequentemente, o erro judiciário.
Em razão de todas essas qualidades, a morte de Martori deixa de luto a PolÃcia Civil, a advocacia criminal e a comunidade jurÃdica em geral. Ele era casado com Cely Veloso Martori com quem teve uma filha, de 4 anos. O policial, advogado e perito deixa mais quatro filhos, entre os quais um promotor de justiça.
Fotos: Arquivo