Da Redação
O Carnaval 2020 em Santos começou em grande estilo. Uma espécie de roda de samba ‘passou’ pela passarela Dráuzio da Cruz, abrindo oficialmente a primeira noite de desfiles: Xande de Pilares e seu grupo de músicos levou grande entusiasmo à plateia.
Do alto de um trio elétrico, o músico saudou o público, cumprimentou moradores dos prédios do entorno do sambódromo e interagiu com algumas pessoas das arquibancadas. “Linda camiseta, amigo. É a escola da minha mãeâ€, sorriu o cantor, apontando para um jovem que vestia a camiseta da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, atual campeã do carnaval carioca.
‘Do jeito que a vida quer’, ‘Deixa acontecer naturalmente’ e ‘Quando eu contar’ foram alguns dos sucessos cantados em um grande coro a céu aberto. Ao fim do show, as agremiações começaram a se preparar para os desfiles da noite.
Neste sábado (15), às 19h30, a Corte Carnavalesca abre os desfiles, que iniciam às 20h, com a convidada Dragões do Castelo. Na sequência desfilam Mãos Entrelaçadas, Real Mocidade, Unidos dos Morros, União Imperial, Amazonense, Mocidade Dependente, X9 e Vila Mathias, pelo grupo especial.
O portal MAIS SANTOS, por meio de suas redes sociais, acompanha a segunda noite de desfiles na Passarela do Samba Dráusio da Cruz.
Desfiles de sexta
A primeira escola a pisar na avenida foi a Acadêmicos Bandeirantes do Saboó, pelo grupo 1. Com as cores vermelha, preta e branca, os 600 integrantes animaram o público com o enredo “A origem da dança, uma viagem no tempoâ€.
As 13 alas e a bateria com 65 membros mostraram a história do surgimento da dança e sua trajetória através das nações. “A escola tem um enredo que representa o samba, a dança, nossa expectativa é que saia vitoriosaâ€, disse Mara Conceição, 62 anos, presidente da associação de moradores do conjunto Mário Covas, do Saboó. A participação da escola foi finalizada com a ala ‘dança de rua’, que exibiu uma coreografia com estilo breakdance.
A segunda escola a desfilar, Império da Vila, mostrou o empenho de um ano inteiro de ensaios e o orgulho da descendência afro-brasileira, apresentados por 700 componentes. Nas cores azul, vermelho e branco, a agremiação foi à pista com o enredo ‘Oxossi: rei da cidade do Keto’, uma homenagem ao orixá africano da prosperidade, fauna e flora.
Para o coreógrafo da Império, Henrich dos Santos (Chico), o desfile representou uma guerra vencida. “Estamos com muita esperança, treinamos bastante, foi uma guerra onde todos aceitaram o desafio. Nos esforçamos muito para conseguir ajuda, patrocÃnio, fantasia, carro alegórico, ensaio atrás de ensaio. A escola está linda, é de emocionarâ€.
A terceira agremiação a entrar no sambódromo foi a Imperatriz Alvinegra, com 470 integrantes e a bateria de 100 pessoas. Com o enredo ‘Olha nós aqui de novo’, narrou sua própria história de luta e superação. O destaque foi o carro abre-alas e seus cavalos selados, montados por anjos de guerra. Os patronos da escola fecharam o desfile com a ala ‘Amigos do presidente’, onde estavam ex-diretores, carnavalescos e coreógrafos que ajudaram na construção da escola, em atividade desde 2014.
A quarta escola a desfilar foi a Unidos da Zona Noroeste. Sob o enredo “Hoje o galo canta, é a voz da favelaâ€, a agremiação retratou a realidade de milhares de brasileiros que vivem em comunidades carentes. Seus 450 integrantes, distribuÃdos em 14 alas, retratavam funkeiros, trabalhadores e polÃticos. A bateria, com 70 componentes, teve a participação da plateia das arquibancadas e camarotes ao entoar o refrão “O galo canta essa noite pra ela, favela, favela. Entre becos e vielas, é o nosso porta voz, Oh Deus, olhai por nósâ€.
Na sequência, Sangue Jovem e suas cores emblemáticas preto, branco e amarelo, apresentou o enredo ‘Vale a pena a Sangue contar de novo’, com a narrativa da história da televisão brasileira, com a história de novelas e dramaturgias que eternizaram personagens e escritores nacionais.
Os 1000 integrantes da agremiação deram ao público um recado de superação. “Queremos transmitir nossa vontade de voltar ao grupo especial (a escola caiu para o grupo 1 ano passado) e que vale a pena fazer tudo de novo, para superarâ€, disse o presidente da escola, Lorival Pina. No final do desfile, ex-jogadores do Santos Futebol Clube, além de fundadores e integrantes que compõem a escola desde seu inÃcio, se apresentaram na ala da velha guarda.
Com 850 componentes, a penúltima agremiação a desfilar na primeira noite foi a Mocidade Independente Padre Paulo, com o enredo “De sete em sete, ainda acabo nesses seteâ€. A proposta foi despertar uma reflexão sobre céu e inferno, bem e mal, sete pecados e sete virtudes capitais e as consequências das decisões tomadas pelas pessoas. “O intuito deste desfile é um autoexame de nossa própria vidaâ€, explicou o carnavalesco Jefferson Rosa.
Cartadas de mestre e jogos de baralho encerraram a noite com a Escola de Samba Brasil. Composta por 700 integrantes, a agremiação trouxe o enredo “Sem cartas marcadas. Na passarela, a campeonÃssima chegouâ€, levou a magia do baralho e a arte do jogo de cartas. Damas do carteado, palácio do rei do baralho, profecias, ciganos e cassino foram temas das alas. O Rafael Masleoni, diretor de Harmonia, comentou a origem do tema do enredo. “A Escola Brasil está sempre disposta a jogo e tem chance de ganhar. Nossa sorte vai virarâ€.
Apuração
A apuração das campeãs do carnaval será na terça-feira (18), a partir das 12h, no Teatro Municipal Braz Cubas (Av. Pinheiro Machado, 48, Vila Mathias).
Fotos: Anderson Bianchi e Susan Hortas/PMS