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Santos / Cotidiano

Petroleiros paralisam terminal da Transpetro Alemoa, em Santos

Os petroleiros diretos e terceirizados do Terminal Transpetro Alemoa, em Santos, atrasaram o início do expediente nesta segunda-feira (11). A entrada foi liberada apenas às 10 horas.

De acordo com informações da categoria, a paralisação, conduzida pelo Sindipetro-LP e Sindmetal, tem uma motivação muito grave: de um lado a segurança da unidade, que está em risco com a política de extinção de postos de trabalho unicamente para reduzir custos; de outro, a retirada de benefícios básicos aos terceirizados com a implantação de alterações no fornecimento de alimentação aos trabalhadores.

Em relação à insegurança que hoje ronda a unidade, desde dezembro de 2018 a gerência resolveu diminuir o quadro operacional de 11 para 10 trabalhadores, retirando um técnico de operação da sala de controle.

Segundo os manifestantes, diante do acúmulo de horas extras realizadas pela força de trabalho, curiosamente o gerente do terminal resolveu “solucionar” este quadro com a eliminação de um posto de trabalho.

Para o Sindicato, não há dúvidas sobre o que fazer: para preservar a segurança dos trabalhadores e instalações, isso se resolve convocando os trabalhadores aprovados no último concurso público promovido pela empresa. Atualmente, cerca de 20 pessoas estão aptas a ser convocadas na chamada lista de espera.

Medida unilateral e irregular – os representantes da classe de trabalhadores, falou que a medida foi tomada à revelia do sindicato e sem qualquer estudo técnico prévio – procedimento elementar nesses casos. Até mesmo a obrigação legal firmada pela empresa com a Cetesb, para obter a licença de operação, foi ignorada.

“A sala de controle é um setor fundamental para a garantia de segurança da unidade. Tudo passa por ali: desde o recebimento dos navios, passando pelo envio de petróleo para refinarias até o armazenamento de produtos químicos nos tanques e esferas”, explica Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.

Para ele, a postura da gerência tem sido negligente. “Estamos fazendo esse alerta e mobilizando os trabalhadores porque não queremos nenhuma tragédia anunciada. O que aconteceu em Brumadinho e mesmo aqui ao lado, na Ultracargo, mais recentemente, e 35 anos atrás na Vila Socó, em Cubatão, deveriam representar uma tomada de consciência sobre as consequências do lucro a qualquer custo. Infelizmente, parece que há uma insistência dos gestores em não aprender as lições que esses eventos trágicos fornecem”.

Com dois restaurantes disponíveis, empresas preferem marmita
Em relação à alimentação, empresas terceirizadas resolveram desativar o restaurante industrial e fornecer refeição aos trabalhadores em marmitas. Precarizando ainda mais a já degradada condição de trabalho da força de trabalho terceirizada, a intenção é elevar a taxa de lucro.

Fotos: Divulgação