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Santos / Esporte

Beth Gomes é o destaque da Região no Dia do Esportista

Hoje é o Dia do Esportista!  Para homenagear os atletas brasileiros, originalmente, a data de 19 de fevereiro foi criada a partir da Lei nº8.672, de 6 julho de 1993, conhecida como ‘Lei Zico’.

Para celebrar esse dia, não poderíamos deixar de mencionar os talentos da nossa Região que já brilharam pelo mundo. Os judocas Rogério Sampaio Cardoso, Danielle Zangrando e Suellen Altheman, além da maratonista aquática Poliana Okimoto e a nadadora Ana Marcela são alguns de vários atletas do Litoral que tiveram a oportunidade de participar do maior evento esportivo do mundo, que são as edições olímpicas.

Sendo assim, para homenagear todos os esportistas da Baixada Santista e do Brasil, o portal de notícias MAIS SANTOS entrevistou a atleta paraolímpica, Elizabeth Rodrigues Gomes, conhecida como Beth Gomes.

Com sua história de emoção, superação e perseverança, Beth falou sobre a sua trajetória dentro do esporte. Com 54 anos, a atleta começou falando da sua vida como funcionária da Guarda Civil Municipal (GCM) de Santos e de suas atuações como jogadora de Vôlei.

“Sempre tive uma vida ativa como funcionária e tinha uma rotina de pratica de atividades físicas normalmente, até ser constato a doença de esclerose multiplica, relembrouâ€

Em 1993, ela precisou abandonar a sua rotina por causa da doença que a deixou paraplégica. Em 1996, ela teve seu primeiro contato com o esporte paraolímpico. “Com a oportunidade de voltar a se exercitar, eu voltei à vida e fui tirada da depressão. Com o esporte tive o prazer de renascer para mundo. Assim começa a minha história de superaçãoâ€, comentou Beth.

Daí então, ela passou a se dedicar como uma atleta paraolímpica da seleção brasileira e de sua antiga equipe Fast Wheels de Santos.

“Iniciei na modalidade basquete sobre rodas, onde consegui conquistar títulos e pude ser convocada várias vezes para a Seleção Brasileira. Disputei os jogos do Mundial Paraolímpicos de Pequim de 2010â€, relembrou.

Após o torneio no continente asiático, Beth se despediu das quadras como jogadora de basquete sobre rodas, no mundial de basquete da Inglaterra e migrou-se para o atletismo.

No atletismo – Beth passou a se especializar, em provas de campo, no arremesso de peso, lançamento de disco e dardo e na categoria F52. O resultado da mudança foram as conquistas dos recordes mundiais em três novas modalidades disputadas.

A esportista conseguiu conquistar medalhas no jogos Parapan-americanos de Guadalajara – México (2011) e Toronto – Canadá (2015). Mundiais de Lyon – França (2013), Doha – Catar (2015) e Londres (2017).

Beth também foi detentora de todos os recordes brasileiros e das Américas desde 2010. “Atual recordista mundial nas provas e com a temporada dos jogos Grand Prix Paris e Berlim, em junho/julho 2018, eu diminui os meus próprios recordes que já havia batido no Brasil um mês antes nos jogos do Open etapa nacional e circuito loterias caixa de atletismo SPâ€, disse.

Dificuldades – mesmo com marcas impressionantes, Beth falou dos desafios de viver num país que, segundo ela, tradicionalmente tem os ‘olhos’ voltados mais para o futebol.

“As dificuldades no início eram muito difíceis, pois não tínhamos muito apoio  e patrocínios. Os custos eram altos dos equipamentos, com isso, eu tinha poucas expectativas de superar as nossas metas, mas nos virávamos como podia†explicou

Beth afirmou que, no decorrer do tempo, começou a chegar os recursos do Governo Federal e da Administração municipal.

“Mesmo sendo beneficiada, acredito que a maior dificuldade para nós atletas, de modo geral, é a questão dos patrocínios. Ainda que recebendo o auxílio de bolsa atleta, temos os menores incentivos das empresas que poderiam estar investindo mais com os patrocinando para que tivéssemos as condições de estar nos equipando de bons equipamentos, suplementos que necessitamos para treinos e competições para cada modalidade†alertou.

Expectativas para o futuro – Beth disse estar preocupada com o futuro do jovem atleta no Brasil. “Em um país que só visa o futebol, não deveria ser, os maiores investimentos e arrecadações são destinadas para o desenvolvimento de possíveis jogadores somente.†afirmou.

Conforme explicou Beth, o problema dessa situação é que muitos bons jovens atletas acabam desistindo da carreira e abandonam ‘barco’. “Já imaginou quantos campeões já perdemos por falta de incentivo?â€, indagou.

Incentivo Público – “Hoje temos o incentivo do poder público como as bolsas federais dos quais os atletas – de alto rendimento com suas colocações, em competições nacionais, internacionais e paraolímpicas – têm o direito de uma verba para seus gastos no esporte, mas com a transição do Governo nos deparamos com algumas exclusões para alguns atletas†disse.

Beth seguiu esclarecendo que alimenta a esperança na nova gestão do Ministério do Esporte para priorizar todas as categorias, desde a base até alto rendimento e também espera o mesmo dos municípios e prefeituras que têm seus atletas adotados para representar suas cidades em jogos.

“Falo por mim e minha cidade de Santos que tenho este suporte. Esperávamos mais incentivos após a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos para muitos atletasâ€.

Treinadora – Rosiane Farias, de acordo com a atleta, foi uma pessoa muito importante em todo esse processo e nas conquistas de Beth.

“Rosiane foi um grande nome no atletismo como arremessadora de peso e lançadora de disco, esta é minha treinadora! Ela é uma pessoa muito importante em minha vida, quando pensei que nada era mais possível, acredito que Deus enviou este anjo para me conduzir ao profissionalismo ao mais alto dos pódiosâ€.

Confira a lista de atleta da Região que participaram de Olimpíadas 

1992 (Barcelona  – Espanha)
¬ Rogério Sampaio (judô – Santos)
¬  Emilson da Silva Dantas –  Levantamento de peso)

1996 (Atlanta – Estados Unido)
¬ Daniele Zangrando (judô – Santos)
¬ Agberto (handebol – Santos)
¬ Sanderlei Claro Parrela (atletismo – Santos)
¬ Éverson Teixeira (atletismo – Santos)

2000 (Sydney –Austrália)
¬ Cláudia Maria “Cláudinha†das Neves (basquete – Guarujá)
¬ Tânia Ferreira (judô – Santos)
¬ Priscila Marques (judô – Santos)
¬ Sanderlei Parrela (atletismo – Santos)

2004 (Atenas –Grécia)
¬ Rodrigo Santana, o Rodrigão (vôlei – Praia Grande)
¬ Agberto Correa de Matos (handebol – Santos)
¬ Mario José dos Santos (quilômetros da marcha atlética – Cubatão)
¬ Paulo Henrique Miyashiro (triátlon – Santos)

2008 (Pequim – China)
¬ Mario José dos Santos(quilômetros da marcha atlética – Cubatão)
¬ Alexandre Rodrigues da Silva (handebol – Cubatão)
¬ Cláudia Maria das Neves (Basquete – Guarujá)
¬ Nivalter dos Santos (canoísta, prova de 500 metros – São Vicente)
¬ Ester Aparecida (futebol – Santos)
¬ Francielle Alberto (futebol – Santos)
¬ Maurine Gonçalves (futebol – Santos)
¬ Érika Cristiano (futebol – Santos)
¬ Daniela Alves (futebol – Santos)
¬ Leandro Guilheiro (judô – Santos)
¬ Andressa Fernandes (judô – Santos)
¬ Poliana Okimoto (10 quilômetros da Maratona Aquática – Santos)
¬ Ana Marcela Cunha (10 quilômetros da Maratona Aquática – Santos)
¬ Kaio Márcio (natação – Santos)
¬ Gustavo Tsuboi (tênis de mesa – Santos)
¬ Rodrigo Santana, o Rodrigão (vôlei – Praia Grande)

2012 (Londres –  Reino Unido)
¬ Andréia Suntaque (futebol – jogava pelo Santos na época)
¬ Bruno Mendonça (judô – Santos)
¬  Juliana Felisberta da Silva (vôlei de praia – Santos)
¬ Leandro Guilheiro (judô – nascido em Suzano, mas treinava em Santos)
¬ Maria Suelen Altheman (judô – nascida em São Paulo, treina em Santos)
¬ Mariana Silva (judô – Peruíbe)
¬ Neymar (futebol – nascido em Mogi das Cruzes, treinava em Santos)
¬ Paulo Henrique Ganso (futebol – nascido em  Ananindeua, treinava em Santos)
¬ Ronílson Oliveira (canoagem de velocidade – Santos)
¬ Rodrigo Santana, o Rodrigão (vôlei – Praia Grande)

Apenas em uma edição de inverno, Sochi (Rússia 2014), fomos representados. Na ocasião, a atleta Joselaine dos Santos, mais conhecida como Josi dos Santos, disputou as provas de atletismo.