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Rhayssa Nascimento
As linhas riscadas na areia da praia avisam que ali um jogo iniciará. Naquele espaço, de 34 por 10 metros duas duplas lançará a bola em suas raquetes de madeira perpetuando o esporte genuinamente santista, o tamboréu. O esporte surgiu por volta de 1937, e desde então atrai e apaixona as pessoas da cidade.
A liberdade e o prazer de realizar o ritual de chegar cedo ao local, pegar o carrinho com as redes, riscar a quadra e montar toda a estrutura foi o que prendeu João Batista Costa, que trabalha no financeiro de uma empresa que atua na construção civil, ao esporte. Aliado a toda esse bom sentimento, ele também ressalta outro fator importante, as amizades que foram construÃdas a partir do tamboréu.
Costa sempre foi adepto a diversos esportes, mas confirma “foi no tamboréu que eu me encontreiâ€. A convite de um amigo iniciou a prática, e posteriormente, fundaram o “Tamboréu do Condeâ€, um clube de praia localizado perto da Rua Oswaldo Cochrane. Apesar de não existir mais, o local ainda é destinado ao esporte.

Foto:(Divulgação)
Mesmo sem o clube “Tamboréu do Condeâ€, Costa não deixou de jogar. Até novembro de 2015, o tamboréu estava presente em sua vida todos os dias a partir das 6 horas. Porém, um novo desafio profissional o fez diminuir a sua carga horária no esporte, passando a praticá-lo aos sábados e domingos a partir das 6:30 horas.
Essa rotina é especial para ele “ a atividade me completa, porque é um conjunto de ações sociais, mental e de camaradagemâ€. Além de ser especial para si, quando alguém chega a quadra interessado, Costa logo se prontifica a ajudar emprestando um tamboréu. Ainda incentiva, caso goste, a comprar o próprio e seguir no esporte.
Mas não é só Costa que tem todo esse envolvimento com o esporte nascido na cidade, Vicente Miranda Neto cresceu observando outros jogadores, e isso o atraiu para o tamboréu. Outras caracterÃsticas complementaram a vontade de praticar como o custo baixo, e lembra “basta apenas respeitar os horários, porque o cenário é belÃssimo e com os amigos juntos é espetacularâ€.
Neto começou a jogar em 2004, quando também organizou um grupo, chamando amigos de amigos. Mas em 2014, por conta de uma lesão no joelho, teve que parar. Apesar da parada da prática do esporte prejudicar o fÃsico, como ele comenta, o tamboréu representa a possibilidade de “poder falar besteira e encontrar os amigos que tem muita relevânciaâ€.
Mesmo sendo um esporte totalmente santista, Costa e Neto lembram que é praticado em outros lugares, como em São Paulo, além de existir torneios internacionais, como o as França, que possuem representantes da cidade, consagrando-os campeões.

Foto:(Divulgação)