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Santos / Polícia

Policiais baleados por criminosos em Santos seguem internados

A informação foi divulgada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), que informou que o estado de saúde dos PMs requer cautela, apesar de a situação clínica ser estável. 

 

 

Foto: Reprodução

Por Vinícius Farias

Os dois policiais que foram baleados em Santos, no dia 1 de agosto, seguem internados sem previsão de alta, na Santa Casa de Santos. A informação foi divulgada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), que informou que o estado de saúde dos PMs requer cautela, apesar de a situação clínica ser estável. A suspeita é de que o primeiro ataque tenha sido uma resposta à “Operação Escudo, iniciada no dia 27 de julho, após a morte do soldado da equipe de Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Patrick Bastos Reis, em Guarujá.

A primeira vítima, a cabo Najara Gomes foi atingida com tiro de fuzil pelas costas, em frente a uma padaria, durante patrulhamento no bairro Campo Grande. Ela foi socorrida e internada na Santa Casa de Santos.

Vídeo: Reprodução

De acordo com a apuração, ao menos três bandidos participaram do ataque. O crime foi gravado por uma câmera de monitoramento. Após a ação criminosa, os homens fugiram em direção ao morro do São Bento, onde foram perseguidos.

Segundo a SSP, a mulher sofreu dois ferimentos nas regiões lombar e do ombro, com fratura de vértebra, que provocaram um sangramento interno atrás do abdômen. Najara passou por cirurgia ortopédica na chegada ao serviço e, desde então, é monitorada por meio de exames sequenciais de sangue e de imagem cotidianamente.

A preocupação da equipe médica é a de evitar uma infecção ou uma lesão que possa causar algum prejuízo futuramente à saúde da policial.

A cabo Najara, que é mãe de uma adolescente de 14 anos, já deu início à reabilitação e, por enquanto, foi descartada a remoção de quaisquer fragmentos do projétil.

Soldado baleado no Morro do São Bento

 

Foto: ReproduçãoApós Najara ter sido baleada e os bandidos fugirem, os policiais do 8º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) perseguiram os marginais até o Morro do São Bento. Chegando no local, houve troca de tiros e o soldado Pablo Uriel foi atingido. Um dos criminosos morreu.

Pablo foi acertado na virilha e acabou lesando estruturas orgânicas importantes na transição para o abdômen, por isso, o soldado também foi operado assim que chegou ao Pronto Socorro da Santa Casa de Santos.

De acordo com a SSP, no dia 3 de agosto, o soldado Uriel teve de ser submetido a uma nova cirurgia, na qual foi identificada e corrigida uma nova lesão. Ele continua sendo acompanhado por meio de exames.

O policial permanece internado, ainda sem previsão de alta, sob uso de antibióticos e dará início à reabilitação. A previsão é que o soldado passe por uma longa recuperação com a possibilidade de novos procedimentos cirúrgicos na tentativa de corrigir lesões na região do quadril causadas pela passagem do projétil.

Operação Escudo 

Foto: Reprodução

O que desencadeou a “Operação Escudo”,  foi a morte do soldado Patrick Bastos Reis, que foi baleado enquanto fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Júlia, no dia 27 de julho. A vítima chegou a ser levada para uma unidade de pronto atendimento na cidade, mas não resistiu aos ferimentos. Um outro policial também foi ferido, mas na mão esquerda. Ele foi encaminhado para o Hospital Santo Amaro (HSA), onde passou por um procedimento e foi liberado.

De acordo com o inquérito da investigação, os indícios apontam para Erickson David da Silva, conhecido como “Deivinho”, de 28 anos, como o autor dos tiros que mataram o policial. Ele admitiu estar em um ponto de venda de drogas no local, no momento em que o agente morreu, mas alegou em depoimento que não disparou a arma. Ele foi identificado como o segurança da “Biqueira da Seringueira”, no alto do morro da Vila Júlia.

Deivinho foi preso no dia 30 de julho após se entregar na Zona Leste de São Paulo.

O irmão de Erickson, Kauan Jason da Silva, de 19 anos, também foi preso. Ele estaria como “olheiro” da boca, avisando sobre a aparição de policiais.

Outro envolvido é Marco Antonio de Assis Silva, conhecido como Mazarope. Ele atuaria como vendedor de drogas na biqueira. No documento consta, que nenhum dos dois impediu que Erickson atirasse no policial, mesmo estando no local. Os três foram indicados pelo homicídio.

O delegado pede que sejam convertidas as prisões dos irmãos, de temporárias para preventivas.

Outras 4 pessoas foram iniciadas por associação ao tráfico de drogas, mas não por participar do homicídio. Eles integram o mesmo grupo que vende drogas na Seringueira, mas não há provas de que estivessem no local.

Defesa

Foto: Reprodução

Segundo o advogado de Erickson, Wilton Felix, o homem é inocente e estava no local comprando drogas, pois seria usuário. De acordo com a defesa, assim que Deivinho ouviu os disparos fugiu do local.

O advogado informou que como as imagens de Erickson estavam sendo veiculadas como o principal suspeito da morte do PM, ele foi para outra cidade, mas resolveu se entregar “de livre e espontânea vontade”, em São Paulo.

Aumento no policiamento

Foto: Governo de São Paulo

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (31), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, deram detalhes sobre a operação. Foi anunciado pelo governador o aumento do policiamento, além de uma nova unidade policial, em Guarujá.

Segundo Tarcísio de Freitas, as ações se fazem necessárias pois “o tráfico ocupou a Baixada Santista”.