
O quarto edifÃcio da Santa Casa de Misericórdia de Santos, na década de 1940.
Por Alexandre Piqui
Olhar fotos antigas traz uma nostalgia e ajuda a contextualizar a história, não é verdade? E quando a imagem, geralmente em preto e branco, ganha cor se cria uma aproximação maior com aquele determinado ambiente. E foi assim, que o designer gráfico Bruno Arena, de 30 anos, viralizou na internet ao colorir fotos antigas de Santos.
Em entrevista ao portal Mais Santos, ele conta que foi ilustrador em um jornal da Cidade, diagramador de uma revista e agora atua nas mÃdias sociais. Neste perÃodo de quarentena, por conta da pandemia, tem feito home office (trabalho em casa) e entre os clientes está um clube tradicional com sede no bairro José Menino.

Bairro do José Menino, na década de 1930. À esquerda, na parte de baixo, está o Clube dos Ingleses.
Com a falta de atividades, a área de marketing digital teve que recriar uma campanha de proximidade com os sócios. E pelo fato de ser uma entidade centenária, nada melhor que publicar fotos antigas. Com isso, o designer gráfico, que em 2007 havia trabalhado com restauração de imagens, decidiu colocar em prática o conhecimento e dar cor aos registros históricos.
“Encontrei o site Memória Santista, do jornalista Sérgio Willians, que tem um trabalho muito bom no resgate da história. E nessa pesquisa achei uma foto do bairro José Menino onde aparecia o Clube dos Ingleses e salvei. Dias depois visualizei a foto e resolvi colorir a imagem. Foi assim que começou [a colorização]â€, conta. Como a imagem ficou boa, colocou na programação da rede social do clube.
A partir daÃ, tomou gosto novamente pela restauração tornando um hobby depois do expediente. “Pego umas duas a três horas, dia sim, dia não e vou colocando cor nas imagens antigasâ€, diz Bruno.
Ele foi colorindo outras fotos e compartilhando na internet até que viu o trabalho viralizar e ser elogiado por várias pessoas. A foto da Ponta da Praia foi uma das mais curtidas e ela foi escolhida para matar uma curiosidade. “Eu moro neste bairro. Queria ter uma noção real de como era e achei um registro do começo dos anos 1960â€, destaca.

Imagem aérea da Ponta da Praia na década de 1960.
Tempo
Quem olha o trabalho pronto, não tem ideia do quanto é trabalhoso. Bruno conta que vários fatores precisam ser trabalhados; como elementos da imagem, resolução, definição do registro, eliminação de imperfeições. O tempo de colorização depende de cada foto.
“Na imagem da Ponta da Praia foram quase 14 horas de trabalho, divididos em vários dias. Do José Menino foram seis horas de trabalho. Pois a imagem também precisa de restauração. O último processo é a colorização e sempre buscando uma referência. Vamos supor; pega uma paisagem e vê se ainda existe esse lugar, se está parecido, se existe algo que possa dar alguma referência de cores. Tudo para chegar mais próximo ao realâ€.
Apesar de ter sido procurado por algumas pessoas para restaurar imagens, ele no momento quer se dedicar apenas ao hobby. Mas nada que possa ser analisado no futuro. Veja outros trabalhos dele:

Aquário Municipal de Santos, meados da década de 1940, época da inauguração.

Porto de Santos em 1889. Embarque de café no Cais do Valongo. Foto: Marc Ferrez
Fotos: Arquivo pessoal do Bruno Arena/ extraÃdas do site Memória Santista