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Região / Cotidiano

Destaques na vacinação, centenários trazem lições e sabedoria

Da Revista Mais Santos

Eles ultrapassaram (ou estão prestes a ultrapassar) a barreira dos 100 anos. Mas com o adiamento do Censo 2020 por causa da pandemia da Covid-19, acabaram por ficar isolados – como era de se esperar – em casa, junto aos familiares ou cuidadores. Mas, finalmente começou o período de vacinação e, com ela, a necessidade de “saírem da tocaâ€. Comemoração dupla: verem a luz do Sol e receber a dose de esperança contra o inimigo latente.

Uma projeção feita pela Fundação Seade – órgão considerado centro de referência nacional na produção e disseminação de análises e estatísticas socioeconômicas e demográficas – há pouco mais de um ano, dava conta que, até 2050, o grupo populacional com mais de 100 anos estará multiplicado por 10 no Estado de São Paulo.

Segundo a fundação, isso ocorrerá em um contexto de estabilização da população economicamente ativa e de redução do número de jovens, o que terá forte impacto nas políticas de saúde, educação, qualificação profissional e bem-estar social. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados do Censo de 2018 (revisão de dados), na época viviam no País mais 24 mil idosos com 100 anos de idade.

Especialistas são unânimes em considerar que a ciência é o grande impulsionador da longevidade. Hoje as doenças crônicas podem ser controladas e houve uma melhora, de maneira geral, do saneamento básico e outras estruturas. E tudo isso contribui para o aumento da longevidade.

110 anos!
Inácia Sousa da Silva, de 110 anos, era pura alegria ao chegar ao drive-thru montado em frente à Unidade de Saúde da Família Jardim dos Pássaros, em Guarujá, levada por uma vizinha para tomar a vacina. No RG, a surpresa dos atendentes encarregados de validar a documentação: data de nascimento, 15 de abril de 1910. Portanto, faltando muito pouco para chegar aos 111 anos.

Paraibana de Queimadas, município localizado na Região Metropolitana de Campina Grande, com cerca de 45 mil habitantes, dona Inácia criou cinco filhos e dez netos, e há 100 anos superou a pandemia da gripe espanhola. Ela deixou a cidade natal há mais de 70 anos e chegou à Baixada com o marido e os então três filhos; depois, foi mãe mais duas vezes (apenas dois estão vivos).

Vaidosa, dona Inácia, na época, após a primeira dose da vacina, tirou a máscara de proteção somente para tirar uma foto e poder exibir o cartão que comprovava a imunização. “Estou muito bem, só as dores na coluna que não deixam eu me movimentar como gostaria. Estou muito feliz em tomar a vacina; quero viver muito mais, aindaâ€. Vida longa a dona Inácia!

 - REVISTA MAIS SANTOSA primeira em São Vicente
Josephina Marquezano Hamuch, 104 anos, mora em São Vicente. Ela entrou para a história por ter sido a primeira pessoa da Cidade a receber a vacina contra a Covid-19, no dia 20 de Janeiro deste ano. A comemoração foi em dose dupla, aconteceu na Unidade de Saúde onde foi imunizada: ganhou um bolo das equipes da Secretaria de Saúde e do Fundo Social de Solidariedade, em referência ao seu aniversário.

“Estava ansiosa mesmo. Estava esperando faz tempo por esse momento, estou muito feliz. Estou grata a Deus, ao prefeito. A vacinação agora é um dever da gente, para essa doença passar. Não há porquê ter medo (de tomar)… que Deus abençoe a vacinaâ€, disse dona Josephina na época.

Nos anos 1960, a família escolheu morar em São Vicente. Seu esposo, Elias Hamuch, falecido em 1990, era comerciante. A família cresceu e hoje a idosa recebe o carinho dos cinco netos e quatro bisnetos, além dos quatro filhos, sendo a mais velha Janete, com 79 anos.

Filha de imigrantes italianos, Josephina nasceu na cidade de São Paulo, em 1917. Foi lá que conheceu, ainda bem jovem, quando trabalhava na oficina de costura de uma confecção na Rua 25 de Março, o comerciante Elias Hamuch, empresário da área têxtil. Foi amor à primeira vista, lembra.

Ela passou por guerras, enfrentou as dificuldades das piores crises financeiras do século 20 e sobreviveu, ainda bebê, a uma das pragas mais letais que o mundo conheceu: a gripe espanhola, que em 1918, causou a morte de 20 a 50 milhões de pessoas, segundo estimativas.

Você pode conferir a reportagem na completa na edição desta semana da revista Mais Santos. Clique aqui.

Foto da capa: Divulgação/Prefeitura de Guarujá

Foto: Divulgação/Prefeitura de São Vicente