Da Redação
Válter Suman segue como prefeito de Guarujá. A audiência de julgamento, feita pela Câmara Municipal entre o fim da manhã e o início da tarde desta quinta-feira (7), teve como resultado o arquivamento do processo de cassação, assim como aconteceu em dezembro do ano passado.
O parecer da Comissão Processante não foi lido em sua íntegra na sessão que durou em torno de duas horas e, sim, apenas a conclusão, que recomendava o arquivamento. Depois de os vereadores inscritos falarem, o advogado de Suman apresentou oralmente a defesa.
Concluídas as manifestações orais, passou-se à votação de forma nominal, onde cada vereador proclamou sua escolha. Onze votaram a favor do relatório, ou seja, pela improcedência da acusação, enquanto cinco foram favoráveis à cassação. Com isso, o pedido de impeachment foi arquivado.
Antes deste julgamento, Válter Suman estava amparado no cargo por habeas corpus expedido pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em decisão unânime concedida em 15 de junho. Outra providência foi a retirada da tornozeleira eletrônica de monitoramento que utilizava.
Suman foi acusado de desvios na área da saúde e educação do Município relacionados à Organização Pró-Vida, à empresa AM da Silva Serviços Administrativos Ltda., à ACENI – Instituto de Atenção à Saúde e Educação. Ele já esteve preso e, juntamente com a esposa Edna, foi obrigado pela Justiça a utilizar o equipamento de monitoramento.
Polícia Federal
Enquanto isso, Válter Suman e oito servidores municipais foram indiciados pela Polícia Federal por associação criminosa e corrupção passiva. Agora, cabe ao Ministério Público oferecer denúncia criminal ou solicitar diligências complementares.
O motivo foi a contratação emergencial sem licitação nem justificativa da empresa AM Silva Serviços Ltda. para higienização de unidades de saúde de Guarujá. O contrato custou R$ 4.034.491,68, mas o superafaturamento seria de R$ 3.272.326,68, de acordo com a Controladoria Geral da União.
O relatório é fruto da operação Nácar, desenvolvida pela Polícia Federal já no ano passado, quando Suman chegou a ser preso. Nácar é a substância liberada pela ostra para se proteger e conter o corpo estranho, formando assim a pérola. O nome da operação é uma alusão ao processo de contenção de ações criminosas no município do Guarujá, conhecido como Pérola do Atlântico.
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