O Sindicado dos Delegados de Polícia do Estados de São Paulo (SINDPESP) formalizou um pedido de esclarecimentos, junto à Delegacia Geral da Polícia (DGR), sobre a abertura de novos plantões em Delegacias de Defesa da Mulher e a transferência de delegadas de polícia e policiais femininas de outras carreiras.
Conforme publicamos no portal MAIS SANTOS, no dia 23 de janeiro, o Governador do Estado de São Paulo, João Doria, anunciou o atendimento de 24 horas voltados às mulheres violentadas. A medida atingiu a Delegacia da Mulher de Santos e mais outras duas de São Paulo.
De acordo com o SINDPESP, a assistência dia e noite (a partir de fevereiro) vai prejudicar a população, pois, sem a prévia contratação de novos policiais para esse trabalho específico, a realocação dos magros recursos humanos existentes apenas aguçará as péssimas condições de trabalho às quais são submetidos os policiais civis.
Para o sindicato da classe, a falta de funcionários no Departamento de Polícia Judiciária da Capital (DECAP) se tornará insustentável pela transferência de efetivo para as novas Delegacias de Mulheres e prejudicará ainda mais o atendimento da sociedade no tocante à investigação da crescente criminalidade existente em todos os bairros da cidade.
Opinião
Para a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati, as delegadas de polícia não podem ser úteis apenas às delegacias das mulheres, isso é resignar e restringir a capacidade e a igualdade ao atendimento dos crimes.
“Você reduzir a atribuição da delegada para investigação e atendimento de crimes somente contra a mulher, apenas pelo fato de ela também ser mulher, é uma violência institucional de gênero. Isso impede uma ascensão na carreira, promoção, cargos de direção em departamentos e, obviamente, outros cargos como a de delegada geral. No Rio Grande do Sul, temos uma delegada geral enquanto que, aqui em São Paulo, estão querendo de forma coercitiva impedir a ascensão das mulheres na carreira”, avaliou Raquel.
Foto: Reprodução/Sindpesp