Programa Médicos pelo Brasil terá 18 mil vagas, maioria no Norte e Nordeste, e vai contratar brasileiros ou estrangeiros com Revalida
Bolsonaro com as palavras Deus, famÃlia e Brasil na mão no lançamento do Médicos pelo Brasil
O presidente Jair Bolsonaro assinou ontem (1º) a medida provisória que cria o programa Médicos pelo Brasil, que será o substituto do Mais Médicos. O principal objetivo continua sendo levar atendimento primário pelo SUS (Sistema Único de Saúde) a regiões remotas e desassistidas, especialmente no interior do paÃs.
A MP foi assinada por Bolsonaro e pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em cerimônia no Palácio do Planalto. Ela entra em vigor assim que publicada no “Diário Oficial da União”, mas precisará ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias para se tornar lei.
No total, serão 18 mil vagas, sendo 55% nas regiões Norte e Nordeste. O número de médicos em áreas com maior vazio assistencial vai subir em 7 mil, segundo o ministro. “Vamos a mais de 12 mil médicos nessas localidades onde antes eram 5 mil. E nas cidades maiores, onde antes eram 13 mil, inverte, fica em torno de 6 mil”, diz.
As gratificações iniciais giram em torno de R$ 14 mil, segundo o ministro, mas podem chegar a R$ 31 mil conforme a localidade de atuação e o desempenho do profissional.
Ideologia
Bolsonaro chamou a atenção para o fato de o novo programa não ter componente ideológico como teria o Mais Médicos, segundo o presidente. O programa lançado pela então presidente Dilma Rousseff em 2013 consistia em uma parceria com médicos cubanos. O pagamento era feito ao governo cubano, que repassava parte da verba aos profissionais. No ano passado, o governo daquele paÃs anunciou o fim da parceria.
O Médicos pelo Brasil vai contratar profissionais brasileiros ou estrangeiros que sejam aprovados pelo Revalida, um sistema do Ministério da Educação que certifica que os conhecimentos adquiridos em outro paÃs habilitam o profissional a atuar no Brasil.
O presidente também fez outras crÃticas ao programa anterior. “Se os cubanos fossem tão bons assim, teriam salvado a vida do [ex-presidente da Venezuela] Hugo Chávez, não deu certo”, afirmou. Chávez morreu, em 2013, em decorrência de um câncer na região pélvica. No mesmo raciocÃnio, disse que os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff seriam atentidos pelos médicos cubanos, em vez de brasileiros.
Bolsonaro afirmou que o programa tinha uma estratégia de formar um braço armado aliado do governo. “A ideia era formar núcleo de guerrilha no Brasil. E quando eu falava eu era ridicularizado”, disse. Bolsonaro citou o caso de um dos médicos cubanos que vieram ao Brasil e que era capitão do Exército daquele paÃs. Lembrou que denunciou o caso enquanto ocupava o cargo de deputado federal.
Por: FÃTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO