Por João Freitas
EMANCIPAR significa libertar ou tornar independente, ou seja, para o Direito a emancipação significa a antecipação da capacidade civil plena.
A partir dos 16 anos de idade, jovens brasileiros podem ser emancipados por seus pais. Isso significa permitir que exerçam direitos civis que só seriam possÃveis a partir de 18 anos completos.
O que é permitido ao jovem, após ser emancipado?
Ele poderá abrir empresas, assinar contratos, realizar negociações de compra e venda, casar-se, divorciar-se, viajar, receber herança, dentre outras atividades.
O que é proibido ao jovem, após ser emancipado?
Os atos proibidos por Leis Federais a menores de 18 anos permanecem restritos, mesmo emancipados.
O menor emancipado responde criminalmente como um adulto?
Não. A Constituição Federal determina que apenas os maiores de 18 anos são criminalmente imputáveis (é aquela pessoa que já pode responder por seus atos e ser condenada a alguma pena por causa deles). Ou seja, mesmo o menor sendo emancipado, ele não responde penalmente por crimes cometidos. Nesse caso, os pais ou responsáveis serão responsabilizados pelos crimes cometidos pelo menor emancipado.
E dirigir um automóvel? É permitido ao menor emancipado?
Não, o jovem emancipado não poderá dirigir, ainda que seja emancipado. O Código de Trânsito Brasileiro determina que apenas pessoas criminalmente imputáveis (é aquela pessoa que já pode responder por seus atos e ser condenada a alguma pena por causa deles) podem ter uma carteira de motorista. Isso significa que, mesmo sendo emancipado, o menor não pode tirar a carteira, pois precisa atingir a maioridade para tal.
O menor emancipado pode consumir bebidas alcoólicas e cigarro?
Não. Todas as situações que possuem lei especÃfica regulando a idade mÃnima para se fazer algo valem acima da emancipação em si. O consumo de bebidas alcoólicas e de tabaco é regulado por leis especÃficas, que definem que o consumo é proibido para menores de 18 anos. Nesse caso, o jovem ser emancipado ou não, pouco importa.
Assim, o processo de emancipação é irreversÃvel. Por isso, é recomendado que seja avaliado com cautela pelos responsáveis. Para ser efetivado, ambos os pais ou responsáveis devem estar de acordo. Caso somente um deles manifeste-se favoravelmente, será necessária autorização judicial.
E quando poderá ocorrer a emancipação?
– Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos:
– Pelo casamento;
– Pelo exercÃcio de emprego público efetivo;
– Pela colação de grau em curso de ensino superior.
– Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria
Quais os tipos de emancipação?
– Emancipação voluntária: pela concessão dos pais.
– Emancipação judicial: por decisão judicial, quando os pais não concordam que o menor deva ser emancipado; ou o menor que procura a emancipação está sob a guarda de um tutor.
– Emancipação legal: pelo casamento; pelo exercÃcio de emprego público efetivo; pela colação de grau em ensino superior; ou por ter economia própria.
O procedimento mais comum é o realizado no Cartório extrajudicial de notas (emancipação voluntária) na presença de ambos os responsáveis pelo menor a ser emancipado.
Em seguida, a escritura deverá ser levada ao Cartório de Registro Civil da Sede da Comarca para que este procedimento seja registrado no livro. O cartório da Sede, então, comunicará o Cartório do Registro do Nascimento para que a emancipação seja anotada. Após esse procedimento, basta o registrado solicitar a certidão de nascimento atualizada para dar autenticidade e publicidade ao ato, e ser apresentado a terceiros, quando necessário.
Se o menor for emancipado, os pais ainda são obrigados a pagar pensão alimentÃcia?
Uma vez que a emancipação extingue o poder familiar entre os pais ou responsáveis e o menor emancipado, o dever de sustento (onde se inclui, também, a pensão alimentÃcia) também termina. Todavia, é comum pais se utilizarem da emancipação ao filho menor para não precisar mais pagar a pensão alimentÃcia. Por esse motivo, os cartórios possuem a autonomia de impedir a emancipação em situações onde esse objetivo for observado. Mesmo assim, embora o dever de sustento acabe com a extinção do poder familiar, a pensão alimentÃcia ainda pode ser solicitada pelo filho emancipado, sob o preceito da solidariedade familiar, conforme determina a legislação, quando parentes, cônjuges ou companheiros podem pedir uns aos outros os alimentos que necessitam para viver de modo compatÃvel com a sua condição social.
Concluindo, emancipar um adolescente é uma decisão que exige bastante pensamento e responsabilidade por parte do menor e dos pais, responsáveis ou tutores, uma vez que é irrevogável e pode fazer com que o menor seja civilmente responsabilizado pelos seus atos.
Boa sorte!
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