O Movimento Teatral da Baixada Santista promove exibição de série documental e reuniões para pesquisa de livro sobre o teatro santista entre os dias 17 e 21 de dezembro a partir das 19h no MISS – Museu da Imagem e do Som de Santos.
O documentário ‘MEMÓRIAS: 60 ANOS DE FESTA!’ é um registro documental com depoimentos de artistas que passaram pelos 60 anos do Festival Santista de Teatro, produzido pelo Movimento teatral em parceria com o programa Memória Oral da Fundação Arquivo e Memória de Santos, que estará em exibição nos dias 17, 18, 20 e 21 de dezembro, sempre à s 19h no Museu da Imagem e do Som de Santos.
 Após as sessões serão realizados rodas de conversa e debates com a classe artÃstica que farão parte da pesquisa para publicação do livro: “O Teatro em Santos – da luta de Pagu aos dias de hoje”, um estudo sobre os grupos, artistas, espetáculos e ações do teatro santista através dos 60 anos do FESTA – FESTIVAL SANTISTA DE TEATRO, o festival de teatro mais antigo do paÃs que teve como idealizadora e realizadora PatrÃcia Galvão; PAGÚ em 1958. Um registro histórico com textos e imagens para preservação da identidade e memória das artes cênicas santistas para as gerações futuras.
As exibições e pesquisa fazem parte do processo prevê o mapeamento da produção teatral na cidade e suas evoluções ao longo dos anos, sendo o FESTA, há sessenta anos, o momento aglutinador e de divulgação da produção teatral local.
No elenco: Cida Celestino, Silvio Roupa, Evaldo Araujo, Ednos Messias, Paula D’Albuquerque, Raquel Rollo, Liliane São Paulo, Maria Tornatore, Rosane Paulo, entre outros.
O teatro santista e o Festival Santista de Teatro
Santos teve uma importância fundamental para o crescimento das artes cênicas em todo o Brasil e principalmente no litoral do Estado de São Paulo. Foi no palco do primeiro teatro oficial da cidade, o Guarany, que ocorreram diversos movimentos da abolição da escravatura e em defesa da República. Também foi no teatro que surgiu o tradicional Banho da Doroteia, no carnaval de 1920.
‘Fando e Lis’, do espanhol Fernando Arrabal, peça-chave do teatro de resistência teve sua estreia mundial na cidade e ‘As confrarias’, de Jorge Andrade, também teve sua única montagem nacional aqui.
A cidade se consagrou como um celeiro para grandes dramaturgos, tais como Evêncio da Quinta, um dos responsáveis por introduzir o Teatro de Arena na cidade, José Greghi Filho, um dos fundadores da Federação Santista de Teatro e PlÃnio Marcos, um dos primeiros a retratar com autenticidade temas como homossexualidade, marginalidade, prostituição e violência. Ainda completa a lista Carlos Alberto Sofredini, cuja obra teve grande influência da cultura popular brasileira e o diretor de teatro, crÃtico teatral e ensaÃsta Miroel Silveira.
Nesse contexto, surge PatrÃcia Galvão. Escritora e jornalista nascida em São João da Boa Vista, Pagu integrou o movimento antropofágico, sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Dedicou-se ao teatro, particularmente no incentivo a grupos amadores e criou, em 1958, o Festival Santista de Teatro (Festa), que sessenta anos depois viria a ser o mais antigo festival em atividade no Brasil, reconhecido pelo Governo Federal em 2011 com a Ordem do Mérito Cultural.
O FESTA foi responsável por diversos capÃtulos relevantes da história e da polÃtica cultural na cidade: foi em seus palcos que Pagu instigou a construção do Teatro Municipal de Santos e posteriormente a instalação do Rosinha Mastrângelo. Durante a Ditadura, o festival manteve seu caráter contestador, trazendo peças mais ligadas à questão polÃtica, interpretadas em anos de censura e outras restrições à liberdade.
Seus protagonistas também lutaram contra a extinção da Secretaria da Cultura de Santos na década de 90; reivindicaram o tombamento do Teatro Coliseu, conseguiram a criação de uma escola pública de teatro e a efetivação de uma legislação de fomento a projetos culturais, o Facult. Em sua luta mais recente, também conseguiram evitar o fechamento da multicultural Cadeia Velha de Santos.
Serviço
MEMÓRIAS: 60 ANOS DE FESTA
Exibição de documentário e roda de conversa
Dias 17, 18, 20 e 21/ 12 – 19h
Local: MISS – Museu da Imagem e do Som de Santos, Avenida Senador Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias
Entrada Franca