Por Silvia Barreto e Ted Sartori
Da Mais Santos Online
Na edição mensal de março, o infectologista Marcos Caseiro estimou que o Brasil atingiria a marca de 500 mil mortes pela Covid-19 até o final deste semestre. O mês de junho vai encerrando a primeira quinzena e o PaÃs ultrapassou 485 mil óbitos (dados até o fechamento desta edição, sexta, 11). O que, na ótica de Caseiro, nem pode ser considerado um vaticÃnio.
“É a constatação de uma obviedade. Tivemos alguns perÃodos de queda no número de casos, mas permanecemos desde outubro do ano passado um patamar de casos de mortes muito grande, se olharmos o Brasil como um todoâ€, afirma o infectologista.
“Estamos tendo duas mil mortes por dia. Não saÃmos disso nos últimos quatro meses, seja pouco abaixo ou pouco acima. Isso é decorrência da inexistência de uma polÃtica nacional de enfrentamento para essa doença, relacionadas ao isolamento e ao distanciamento. Quer dizer, o vÃrus está circulando livrementeâ€, emenda.
Cepa P1
Um fator decisivo na análise de Marcos Caseiro para a vertiginosa subida dos números tem ligação direta com a cepa P1 do vÃrus, a amazonense. Ou o que foi feito com os pacientes.
“Hoje, 90%, 95% dos casos são dela. Aquela cepa se disseminou como rastilho de pólvora. Ela surge em outubro, novembro em Manaus. Naquela crise em janeiro na capital amazonense, eles mandaram pacientes para todo o Brasil. Eles espalharam aquele vÃrus, que é uma cepa extremamente transmissÃvel, com mais gravidade claramente demonstradaâ€.
Caseiro acredita que há muitos casos ainda para surgirem e coloca a Capital São Paulo como exemplo do que vem pela frente. “Um estudo feito em Santos – e que continua sendo feito lá, com amostras coletadas mensalmente – mostra que estamos em 34% de pessoas contaminadas na Capital. Ou seja, ainda tem 66% da população para pegar esse vÃrusâ€, projeta.
Fotos: Hélia Scheppa/SEI
Leia a matéria completa na edição desta semana da revista, clicando neste link