O prefeito vicentino não gostou da fala do chefe do executivo santista no dia. Segundo a prefeitura de Santos, Rogério Santos falava da UPA da Zona Noroeste, que segundo a prefeitura, “os pacientes que se autodeclaram residentes em São Vicente correspondem a mais de 50% – a 73,7% – desta demanda externa (na unidade).” A cerimônia de entrega contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além do ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho e demais autoridades.
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Por Vinícius Farias
A Prefeitura de Santos esclareceu que a fala do prefeito Rogério Santos (PSDB), de Santos, que usou o termo “população”, dando a entender que as Unidades de Pronto Atendimento (UPA’S) do município santista atendiam 50% da população de São Vicente, durante a entrega de unidades habitacionais, nesta segunda-feira (4), fez parte de um discurso “espontâneo” e que ele falava da UPA da Zona Noroeste. A administração municipal também informou, que a fala tinha como o objetivo enaltecer a parceria entre os municípios.
Em nota, a administração municipal de Santos informou, que “praticamente a metade dos atendimentos realizados na UPA da Zona Noroeste (49%), seguidos de internação no sistema municipal, corresponde a pessoas de outras cidades, sendo que os pacientes que se autodeclaram residentes em São Vicente correspondem a mais de 50% – a 73,7% – desta demanda externa”, disse a prefeitura.
A fala de Rogério Santos no dia, fez com que o prefeito Kayo Amado (Pode), de São Vicente se levantasse e saísse do palco. Pouco tempo depois ele retornou. O evento selava a entrega de 640 unidades habitacionais dos módulos do Residencial Tancredo Neves 3, no bairro Cidade Náutica, em São Vicente, para famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social.
A cerimônia de entrega contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além do ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, assim como os deputados federais Paulo Alexandre Barbosa, Alberto Mourão e Rosana Valle e o deputado estadual Tenente Coimbra.
“A nossa UPA (Unidade de Pronto Atendimento), prefeito Kayo, atende mais de 50% da população de São Vicente. É nesse espírito que eu e o prefeito Kayo trabalhamos, não ficamos só no discurso”, afirmou Rogério Santos durante o evento na cidade vizinha.
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A nota diz ainda, que Santos reafirma seu compromisso metropolitano no setor da Saúde. A estrutura oferecida pela prefeitura atende a população da Cidade e também colabora absorvendo parte da demanda dos municípios vizinhos, o que enfatiza o papel democrático santista frende às demandas da região.
A administração municipal conclui, lamentando a exploração do tema e reitera que a cidade continuará apoiando São Vicente para a melhoria e ampliação da captação de recursos para a sua rede de saúde.
Entenda o que aconteceu
O prefeito vicentino, Kayo Amado ficou irritado com o discurso do prefeito Rogério Santos, de Santos e saiu do palco durante a fala do chefe do executivo santista, no evento de entrega das 640 unidades habitacionais.
O primeiro a falar foi o prefeito vicentino, que fez um alerta aos parlamentares presentes, enfatizando a diferença de investimentos entre as duas cidades. “É importante saber que essas famílias estão saindo de Santos, cujo IDH é o 3º no estado de São Paulo e 6º no Brasil, para São Vicente, onde o nosso IDH é 121º no estado e 249º no Brasil. Essas pessoas estão vindo para uma cidade onde a população formal ocupada está na posição 590 do estado de São Paulo, com apenas 10% da população formal no mercado de trabalho. Em Santos, está na 22ª posição. É importante saber que a população na extrema pobreza em Santos está em 8%, em São Vicente é mais que o dobro: 18%. Neste mês de julho, Santos já arrecadou tudo e mais um pouco que São Vicente não arrecadará neste ano.”
Amado ainda acrescentou, que a cidade precisa receber uma maior ajuda, tanto do governo estadual quanto federal.
Em seguida o prefeito santista discursou. “A nossa UPA (Unidade de Pronto Atendimento), prefeito Kayo, atende mais de 50% da população de São Vicente. É nesse espírito que o prefeito Kayo e eu trabalhamos, não ficamos só no discurso.” Após a fala, o prefeito vicentino saiu do palco.
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Depois do ocorrido
Quando perguntados sobre, Kayo Amado afirmou “não ter atritos com ninguém”, mas ressaltou que algumas palavras ditas por Rogério Santos o ‘machucaram’. Segundo ele, “Não acho que seja correto você virar e, de um jeito bonito, falar que paga a saúde da minha cidade, porque não é verdade. Você recebe do Estado para pagar a saúde da região”, afirmou Amado. Ele também disse que São Vicente precisa de ajuda, pois possui uma arrecadação bem inferior à de Santos.
Rogério Santos, por sua vez, exaltou a relação com Kayo Amado. “Sempre muito receptivo. Tivemos várias reuniões entre equipes, desde o começo tanto do meu mandato quanto dele”, disse o prefeito. Ele também salientou acreditar no processo de metropolização, para que os moradores da Baixada Santista tenham garantias de acessar as melhores condições do serviço público.