Da Redação
Válter Suman, prefeito de Guarujá, e oito servidores municipais foram indiciados pela Polícia Federal por associação criminosa e corrupção passiva. Agora, cabe ao Ministério Público oferecer denúncia criminal ou solicitar diligências complementares.
O motivo foi a contratação emergencial sem licitação nem justificativa da empresa AM Silva Serviços Ltda. para higienização de unidades de saúde de Guarujá. O contrato custou R$ 4.034.491,68, mas o superfaturamento seria de R$ 3.272.326,68, de acordo com a Controladoria Geral da União.
O relatório é fruto da operação Nácar, desenvolvida pela Polícia Federal já no ano passado, quando Suman chegou a ser preso. Nácar é a substância liberada pela ostra para se proteger e conter o corpo estranho, formando assim a pérola. O nome da operação é uma alusão ao processo de contenção de ações criminosas no município do Guarujá, conhecido como Pérola do Atlântico.
Na Câmara
O futuro de Válter Suman à frente da Prefeitura de Guarujá começa a ser decidido nesta quinta-feira (7), a partir das 10 horas, em audiência de julgamento de cassação, feita pela Câmara Municipal de Vereadores, na Sala Alberto Santos Dumont.
O parecer da Comissão Processante a respeito de Suman será lido e julgado pelos vereadores. Caso haja o sim pelo impeachment, o afastamento é definitivo. Em caso de não, o pedido é arquivado, como aconteceu em dezembro do ano passado.
Para que qualquer veredicto seja válido, é necessária a aprovação por dois terços dos vereadores – ou seja, pelo menos 12 escolhendo que Suman permaneça ou seja destituído do cargo de prefeito. Além disso, todos os edis precisam estar presentes na sessão. Eles poderão pedir a palavra, assim como a defesa de Suman.
Neste momento, Válter Suman segue como prefeito de Guarujá. Ele está amparado por habeas corpus expedido pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em decisão unânime concedida em 15 de junho. Outra providência foi a retirada da tornozeleira eletrônica de monitoramento que utilizava.
Suman é acusado de desvios na área da saúde e educação do Município relacionados à Organização Pró-Vida, à empresa AM da Silva Serviços Administrativos Ltda., à ACENI – Instituto de Atenção à Saúde e Educação. Ele já esteve preso e, juntamente com a esposa Edna, foi obrigado pela Justiça a utilizar o equipamento de monitoramento.
Foto: Arquivo