Da Redação

A causa animal é uma pauta que encontra cada vez mais espaço na sociedade e vai muito além de uma questão social. Em São Vicente, até agosto deste ano, foram realizadas mais de 1.500 consultas, 2.046 castrações, quase 350 resgates em vias públicas, 193 doações além de diversos outros serviços e orientações prestados pelo Departamento de Controle de Zoonoses (Dezoon).

Buscando melhorar estes números, a Prefeitura promete a mudança provisória da Zoonoses para o Centro de Convenções por um período estimado em 180 dias. O imóvel da rua Catalão, na Vila Voturuá, será demolido por estar com a estrutura bem comprometida.

“Uma simples reforma não resolveria o problema e seria um desperdício de recursos públicos. A melhor alternativa e demolir e construir uma nova Zoonoses com uma planta adequada às demandas de suas atribuições e que esteja alinhada aos princípios do Bem-Estar Animal�, explicou a Secretária da Saúde, Michelle dos Santos.

Em live realizada pelas redes sociais da Prefeitura nesta quinta-feira, a Secretária da Saúde e a Secretária do Meio Ambiente, Flávia Ramaccioti esclareceram uma série de questões relacionadas ao tema e garantiram que os serviços de vacinação, castração e atendimento não serão interrompidos.

Confira a seguir as ações relacionadas ao Bem-Estar animal no município:

Dezoon 

Passará a funcionar provisoriamente no antigo Centro de Convenções, que está sendo adaptado e readequado para manter os atendimentos, castrações e demais serviços já oferecidos.
Enquanto isso, o local onde o departamento funciona atualmente será desativado, para a construção de um novo espaço.

O Departamento tem como principais atribuições a vacinação, castração de animais domésticos e o tratamento de doenças que podem afetar a saúde humana. O Dezoon não é abrigo para animais abandonados, nem oferece atendimentos veterinários de alta complexidade.

Unidade Básica de Saúde Animal (Ubasa)

Vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, tem a atribuição de prestar atendimento de baixa complexidade para cães e gatos de tutores de baixa renda. O equipamento não tem estrutura para a realização de cirurgias de grande porte, serviços especializados de medicina veterinária, atendimento ou recolhimento de animais de grande porte ou recebimento de cadáveres de animais, entretanto, segue com o atendimento de baixa complexidade e ação complementar às campanhas de castração e vacinação.

Samu Animal 

O serviço foi descontinuado pois não contava com condições mínimas para funcionar. Além da ausência de médicos veterinários para acompanhar as remoções e prestar os atendimentos emergenciais, os funcionários não foram capacitados para exercerem o resgate de animais acidentados. Os animais resgatados fora do horário de atendimento da Dezoon não tinham o socorro imediato pois o corpo veterinário trabalha no horário das 8h às 17 horas.

A ambulância utilizada pelo serviço era um veículo destinado a socorro de urgência de humanos, já fazia parte da frota da Secretaria de Saúde, e não foi adquirida com verba específica para este fim.

Castramóvel

O equipamento nunca foi regularizado no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). Em função da pandemia, teve sua atividade diminuída. A atual administração está regularizando a situação para colocá-lo novamente nas ruas.

Capacitação

Profissionais estão passando por capacitação para lidarem com esse tipo de situação extrema, além da aplicação de multas quando houver a constatação de maus tratos.

Castração

Ampliação das campanhas de castração, sobretudo de fêmeas e em quantidade que produzam reais efeitos na redução de ninhadas.

Projeto “Essa escola é O BICHO�

O principal objetivo é fazer uma analogia das emoções humanas com as emoções dos animais. O projeto será implementado nas escolas, após o retorno das aulas presenciais, e também oferecerá dicas sobre como detectar maus tratos. As crianças e a escola receberão também um diplome de Vigilantes da Vida Animal.

Código de Postura para o Bem-Estar Animal 

Documento com diretrizes para as políticas de Bem-Estar Animal no município. Vale ressaltar que São Vicente nunca dispôs de equipamento público apto a receber animais vítimas de maus tratos ou abandono. O que sempre ocorreu foi ação de pessoas voluntárias que se sensibilizam com a causa e acabam dando destino aos animais nessas condições, explicou a Secretária Flávia Ramaccioti.

Foto: Divulgação/PMSV