Da Redação
Acusado de matar a ex-companheira Rosana Fernandes da Silva, de 32 anos, com dois tiros na cabeça, Anderson Vitor Alves, de 44, foi condenado a 17 anos e 4 meses de prisão por homicídio (feminicídio) triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Os disparos aconteceram em meio a uma discussão por pagamento de pensão alimentícia aos dois filhos. O corpo foi encontrado enterrado no quintal da residência dele.
O julgamento de Anderson, que atuava como guarda civil municipal antes do crime, aconteceu nesta quinta-feira (30) no Fórum de Guarujá e durou mais de 12 horas. O início foi às 9h15 e o término, pouco além das 22 horas. Ele estava detido há 1 ano e 4 meses na Penitenciária de Tremembé.
“É pouco para a atrocidade que cometeu, mas ele não tinha antecedentes e não ostentava mau comportamento durante o processo. Portanto, dentro da possibilidade, pena máxima. Justiça feita”, afirma Airton Sinto, advogado assistente da acusação.
Antes da audiência, Anderson comunicou que não estava passando bem. O juiz chegou a solicitar o chamado de uma ambulância do Samu, que esteve no local. No entanto, o atendimento não foi necessário e o acusado já estava em plenas condições de saúde para enfrentar o tribunal do júri.
No julgamento, Anderson surpreendeu e disse que a autora do crime havia sido a atual esposa, sob alegação de que havia assumido a autoria para defendê-la, pois não queria ela fosse presa, e que ele só ajudou a ocultar o corpo de Rosana. Vale recordar que, durante o processo, o acusado mudou várias vezes o rumo de seus pronunciamentos conforme elementos que alteravam os acontecimentos eram descobertos pela Polícia.
O detalhe é que sua mulher morreu em 21 de agosto deste ano. Por sinal, o julgamento realizado nesta quinta aconteceria dois dias antes, porém foi postergado porque a atual esposa do acusado, uma testemunha comum tanto à defesa quanto para a acusação, não foi ao tribunal alegando problemas de saúde.
O advogado de defesa, então, solicitou o adiamento logo no início da instalação da sessão, o que foi acatado pelo juiz. A continuidade da audiência poderia gerar posteriormente nulidade da decisão.
Entenda o caso
O caso aconteceu em agosto de 2020, no Jardim Virgínia, também em Guarujá, onde morava Anderson. Rosana teria ido ao local de trabalho, no Centro da cidade, para assinar as férias e não voltou para casa, onde residia com a mãe e os dois filhos pequenos.
O ex-companheiro chegou a oferecer ajuda durante as buscas, mas a polícia desconfiou porque ele apresentou declarações contraditórias a respeito do desaparecimento que, à época, completava 10 dias.
O acusado chegou a ter prisão preventiva decretada e, depois, confessou o crime à polícia. Ele estava na Penitenciária de Tremembé,, a partir do momento em que a prisão foi convertida para provisória.
Foto: Arquivo pessoal