Da Redação
Atualizado às 12h30
O prefeito de Guarujá, Válter Suman, e o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, devem deixar a Penitenciária I de São Vicente nas próximas horas. O desembargador federal Mauricio Kato proferiu decisão concedendo liberdade provisória mediante fixação de medidas cautelares alternativas. Os alvarás de solturas ainda estão sendo confeccionados.
Com o fim da custódia provisória impingida pela Polícia Federal, Suman permanece em suas atividades como prefeito de Guarujá, informa a Administração Municipal. Na decisão, foi considerado que “a privação da liberdade de locomoção dos investigados mostra-se excessiva”.
“Deixo de aplicar a suspensão do exercício do cargo de Prefeito Municipal de Guarujá/SP, medida que interromperia o curso dos poderes que foram outorgados ao Prefeito pela população (…) e poderia implicar risco de grave lesão à ordem pública e ao pleno exercício da democracia, impedindo o exercício de cargo ao qual Válter Suman foi legitimamente eleito”, complementa o desembargador.
Operação
Segundo a Polícia Federal, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão nos municípios de Guarujá, São Bernardo do Campo, São Paulo e Nova Iguaçu/RJ. Participaram da deflagração 125 policiais federais e 6 auditores da CGU.
Dentre as medidas determinadas pela Justiça Federal, estão o bloqueio de R$ 7.058.766,17 de bens e valores de envolvidos. Durante as buscas, foram apreendidos quase R$ 2 milhões em quatro endereços relacionados aos investigados.
A Prefeitura de Guarujá se pronunciou sobre o caso, por meio de nota, na noite de sexta (17). De acordo com a Administração “está tomando conhecimento das informações coletadas pela Polícia Federal e Tribunal de Contas da União e esclarece que os procedimentos administrativos relativos à aplicação dos repasses Covid, e também ao custeio do hospital de campanha, tiveram seus trâmites pautados na legalidade e na transparência, conforme manda a legislação, e está colaborando com as apurações”.
Além disso, sobre os contratos de gestão firmados com a Organização Social (OS) Pró Vida, a Prefeitura explica que “procedeu com sua desqualificação e, em seguida, a Advocacia Geral do Município ingressou com ação civil pública com pedido liminar de indisponibilidade de bens, quebra dos sigilos fiscal e bancário de seus responsáveis, há mais de 30 dias, além de pedir ressarcimento aos cofres públicos por parte da OS e a devida responsabilização civil. Além disso, representações criminais foram protocoladas na Polícia Civil. A Administração Municipal segue tomando conhecimento de todos os fatos e colabora com as investigações”.
Foto: Helder Lima/PMG/Arquivo