Em 2021, foram encontradas grandes quantidades de dinheiro, em quatro lugares, que não foram comprovadas pelos dois. 

 

Foto: Arquivo

Da redação 

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSDB), e o ex-secretário de Educação, Marcelo Nicolau, à Justiça, por envolvimento em fraudes a licitações e desvio de R$ 109 milhões destinados à saúde na cidade. A denúncia veio após a Operação Nácar-19, da Polícia Federal, em 2021. O MPF pede o afastamento do prefeito e que o dinheiro oriundo do crime seja confiscado. 

No documento, Suman é denunciado quatro vezes por lavagem de dinheiro, por conta da investigação em 2021, que cumpriu mandados de busca e apreensão e encontrou grandes quantidades de dinheiro em quatro lugares diferentes. 

Foram encontrados R$ 70 mil no apartamento do prefeito, em Guarujá. No gabinete de Suman, R$ 42.600  foram achados dentro de um armário. Já em Santos, em um flat, no Gonzaga, cerca de R$ 300 mil, que estava armazenado em um cofre. 

E por fim, em um apartamento em São Paulo, onde estava Marcelo Nicolau, foram apreendidos mais de R$ 1.300 milhão. O imóvel pertence à família de Suman e como Marcelo Nicolau estava no imóvel, ele também foi denunciado.

 O MPF alega que os dois não comprovaram a origem dos valores encontrados. Segundo o documento, Suman alegou que o dinheiro era oriundo do trabalho dele como médico. Nicolau também disse que seria o proprietário do dinheiro encontrado em São Paulo. Ambos não declararam o valor à Receita Federal nos últimos cinco anos.

Eles têm 15 dias para apresentar a defesa em relação à denúncia, conforme decidido pelo desembargador Nino Toldo, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

A defesa de Marcelo Nicolau disse que já apresentou provas que indicam que o ex-secretário não tem ligação com as denúncias apresentadas e que comprovou a origem legal do que foi apreendido com ele. Já o prefeito de Guarujá, disse que não foi citado ou notificado a respeito da denúncia do Ministério Público e que continua trabalhando. Ele diz, ainda, que a sua plena defesa com documentação comprobatória será apresentada no prazo legal após a sua citação. 

Entenda mais 

Em 2021, Suman e Nicolau foram presos, durante a primeira fase da Operação Nácar-19. Em setembro do mesmo ano, os dois foram soltos após a Justiça Federal conceder liberdade provisória.

Em março de 2022, o prefeito foi afastado do cargo, mas 70 dias depois, ele voltou ao posto.