A operação em curso já soma 16 mortos e 58 presos, além de cerca de 400kg de entorpecentes apreendidos.

Foto: Viver em Santos e Região
Por Vinícius Farias
Cerca de 150 moradores de Guarujá, que defendem os direitos humanos e são contra as ações da Operação Escudo, que acontece há seis dias nas comunidades da cidade, protestaram na tarde desta quarta-feira (2), na Praça 14 Bis, em Vicente de Carvalho. A operação em curso já soma 16 mortos e 58 presos, além de cerca de 400kg de entorpecentes apreendidos.
Durante a ação dos munícipes, cartazes criticando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), chamando ele de “genocida” e “assassino” foram estendidos. Além desses, mensagens pedindo o fim da “chacina” também foram mostradas.
Segundo os moradores, eles estão com medo dos policiais, pois eles invadem casas e executam pessoas que não participam do crime organizado.
A Baixada Santista está sob essa operação policial desde 28 de julho. A previsão é que a ação dure um mês. O objetivo é combater o tráfico de drogas e o crime organizado.
Segundo a Ouvidoria das Polícias, as denúncias de tortura e ameaças de morte relatadas por moradores vão ser investigadas.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), todos os casos são investigados pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Santos e pela Polícia Militar, por meio de Inquérito Policial Militar (IPM).
Operação Escudo

Foto: Folhapress
O que desencadeou a “Operação Escudo”, foi a morte do soldado Patrick Bastos Reis, que foi baleado enquanto fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Zilda, última quinta-feira (27). A vítima chegou a ser levada para uma unidade de pronto atendimento na cidade, mas não resistiu aos ferimentos. Um outro policial também foi ferido, mas na mão esquerda. Ele foi encaminhado para o Hospital Santo Amaro (HSA), onde passou por um procedimento e foi liberado.
O suspeito de matar Patrick Reis foi preso. Erickson David da Silva, conhecido como “Deivinho”, se entregou no último domingo (30) e teve a prisão temporária mantida por 30 dias.
Na madrugada desta quarta-feira (2), por volta de 2h, o irmão de “Deivinho” foi preso após também se entregar. De acordo com a corporação, Kauan Jason da Silva, de 19 anos, é suspeito de envolvimento na morte do soldado Reis na última quinta-feira (27).
Segundo a SSP, o Kauan foi o responsável por avisar o grupo de traficantes sobre a chegada de viaturas na comunidade em que eles atuavam.
Pedido do suspeito
Em um vídeo gravado antes de se entregar, Erickson pede para que Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, parem com a “matança” de inocentes. (veja abaixo)
No vídeo, ele diz: “Quero falar para o Tarcísio e para o Derrite parar de fazer a matança aí. Matando uma “pá” de gente inocente. (Estão) querendo pegar a minha família, sendo que eu não tenho nada a ver. Estão me acusando. É o seguinte, vou me entregar. Não tenho nada a ver, entendeu?”
Vídeo: Reprodução
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (31), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, o governador e o secretário Guilherme Derrite, deram detalhes sobre a operação.
Quando perguntado sobre o vídeo feito pelo suspeito, Derrite afirmou que ele foi “uma estratégia do crime organizado”.
Aumento no policiamento

Foto: Governo de São Paulo
Ainda durante a coletiva, foi anunciado pelo governador o aumento do policiamento, além de uma nova unidade policial, em Guarujá.
Segundo Tarcísio de Freitas, as ações se fazem necessárias pois “o tráfico ocupou a Baixada Santista”.