Da Redação
O juiz da 2ª Vara do Trabalho de Praia Grande julgou parcialmente procedente os pedidos do Ministério Público do Trabalho em Santos e condenou o MunicÃpio e a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), responsável pela administração do Hospital Irmã Dulce, a adotarem medidas de saúde, segurança e prevenção ao contágio do coronavÃrus entre os profissionais de saúde e prestadores de serviço e colaboradores.
Entre as medidas que devem ser tomadas pelos réus, estão: redimensionar as equipes de saúde proporcionalmente ao número de pacientes; fornecer e observar a obrigação de todos os profissionais procederem à correta utilização e higienização de equipamentos de proteção individual (EPI); instituir e estruturar serviço exclusivo de acolhimento psicológico para os profissionais que estão atuando no enfrentamento da pandemia e atualizar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), entre outras.
A ACP (Ação Civil Pública) foi ajuizada pelo procurador do Trabalho em Santos, Rodrigo Lestrade Pedroso, em junho, após o MPT ter participado como órgão interveniente em processo iniciado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e PeruÃbe, e ter decidido ampliar as investigações para verificação de adoção de providencias por parte da prefeitura de Praia Grande e da organização social parceira do municÃpio, para proteção dos empregados do contágio do Covid-19.
“Iniciamos a atuação para acompanhar o processo em ACP ajuizada pelo Sindicato, como fiscal da ordem jurÃdica, e chegamos a emitir notificação recomendatória à SPDM para que adotasse várias providências para garantir a saúde e proteção dos profissionais com relação à s atividades desenvolvidas no Hospital Municipal Irmã Dulce”, conta Rodrigo Pedroso.
Capas de chuva
O procurador lembra que durante o processo, “saltaram aos olhos a informação de que os empregados da SPDM, cujo tomador final é o MunicÃpio de Praia Grande, receberam capas de chuva para protegerem-se dos riscos de contaminação do coronavÃrus, algo impraticável do ponto de vista de proteção dos trabalhadores. Diante da urgência que a circunstância exigia e da ausência de comprovação robusta por parte dos réus durante a investigação, de que, efetivamente, adotam todas as providências possÃveis ao seu alcance para tutelar a saúde e segurança do trabalho de todos os profissionais que trabalham no Hospital Irmã Dulce, decidimos apresentar ao judiciário nossa própria demanda, ajuizando a ACP cuja sentença foi proferida agora”, explica o procurador do Trabalho.
Na sentença, o juiz cita que os riscos à saúde e segurança do trabalhador devem ser analisados com antecedência, a fim de que sejam adotadas as medidas necessárias para reduzi-los ao mÃnimo. Determina também que a prefeitura elabore relatório mensal de fiscalização e orientações para observar o cumprimento das obrigações, e dá prazo de 30 dias para a SPDM se adequar e cumprir as determinações estabelecidas na decisão.
Outro lado
A Prefeitura de Praia Grande se posicionou, pormei ode nota. Confira a Ãntegra:
“A direção do Hospital Municipal Irmã Dulce esclarece que a equipe da unidade é capacitada constantemente sobre paramentação, desparamentação e sobre o correto uso e higienização de EPIs.
O fornecimento destes itens ocorre dentro dos padrões exigidos pela Anvisa a todos os colaboradores, com reposição diária ou conforme necessidade, sendo que o estoque de EPIs encontra-se abastecido. Ratificamos também que a unidade oferece assistência em saúde a todos os profissionais que necessitem, inclusive atendimento psicológico.
Vale destacar que todos os apontamentos do Ministério Público do Trabalho (MPT) já foram respondidos à s autoridades e que a direção da unidade permanece à disposição para demais esclarecimentos”.