Advogados, magistrados, trabalhadores e demais sindicatos e associações se reuniram para realizar o primeiro ato em defesa da Justiça do Trabalho. O protesto é uma ação nacional e na Baixada Santista o movimento aconteceu nesta segunda-feira (21), pela manhã, em frente ao Fórum, na Rua Brás Cubas, Centro. Segundo os organizadores, estavam presentes cerca de 300 pessoas.

Recentemente o presidente da República, Jair Bolsonaro, deu declarações afirmando que pretende aprofundar a reforma trabalhista e até extinguir a Justiça do Trabalho, no que ele chama de unificação com a Justiça Comum.

A presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de Santos e Região (AATS), Vanessa Moresi, disse que o maior prejuízo com a extinção do órgão será, justamente, a perda de direitos já assegurados dos trabalhadores de todo país.  “Está sendo flexibilizado, precarizado e a gente está caminhando para contratos civis. Esses acordos têm um pé de igualdade que, hoje, o trabalhador não tem e nunca teve. Deve-se preservar os direitos deles (trabalhador)�, alertou.

Moresi falou também sobre a PEC 300, que é o projeto de emenda constitucional, de 2016, que recebeu o parecer favorável, no último dia 9 de janeiro, da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

A PEC da escravidão, como classificou Moresi, entre outras coisas, aumenta a jornada de trabalho diário para 10 horas. A proposta também prevê o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho prevalecendo sobre as disposições previstas em lei.

Já a coordenadora geral do Sindicado dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (SINTRAJUD), Lynira Rodrigues Sardinha, alegou que a ameaça da exclusão da Justiça do Trabalho é só mais uma retirada de direito. “A sociedade está podendo perceber o quanto e como está cada vez mais difícil viver no Brasil�, reclamou.

A militante convocou a sociedade para se unir a luta que, segundo ela, é de todo brasileiro. Lynira disse que no início de fevereiro, quando os senadores e deputados federais forem tomar posse, em Brasília, haverá outra manifestação, em defesa da Justiça Federal, na capital do país.

A coordenadora geral classificou a atitude do presidente como um ataque e ressaltou a importância da união de todos. “Juntos somos mais fortes. Eles (os políticos) não vão parar se nós não nos unirmos a favor da classe trabalhadora. O governo avançará como um rolo compressor sobre os trabalhadores�, acusou.

Já para a advogada Moresi a arma da população é a informação. De acordo com a presidente da AATS, é fundamental que a sociedade leia e busque a essência e origem das notícias que são veiculadas. “Há muitas coisas que aparecem na mídia e que são destorcidos e muito distantes da realidade�, aconselhou.

Fotos: Isabella Gra̤a РMais Santos