Por Silvia Barreto
Da Revista Mais Santos

Voluntários que resgatam, tratam, cuidam, castram, vacinam e preparam os animais para a adoção responsável. Este é o foco do trabalho desenvolvido pela ONG Patinhas que Brilham, em Santos.

Desde 2018, a entidade atende animais em situação de rua e maus-tratos, ajudando a alimentar cães e gatos de tutores em situação de vulnerabilidade social. Um trabalho intensificado neste período da pandemia.

Segundo a presidente, Ângela Bandeira, o home office fez com que muitos optassem por adotar animais para terem uma companhia. “O que elas não pensaram é que iriam voltar a trabalhar (no presencial) e que esse animalzinho, talvez, não se adaptasse a ficar sozinho, porque no período em que ficaram em casa (como o dono) foram muito mimados. A pessoa, então, quer devolver o animal. Isso tem sido muito pesado para quem lida com animais. Ao invés delas recorrerem a um adestrador, a primeira opção.

Outra questão que reflete na atuação dos trabalhos da ONG, neste período da pandemia, foi a suspensão das campanhas de castração.

“Muitos animais foram procriando e com crias indesejadas. As pessoas correm para as ONG’s e mais animais foram abandonados. Aumentamos o nosso número de resgates em 10 vezes mais. Tenho 136 animais no meu espaço, pagando lar temporário para 20 animais com focos na Cidade Náutica, Macuco, Morro São Bento, Morro Santa Maria. Todos são animais que estão sob aminha responsabilidade�, descreve, citando que tem recebido pedidos de ajuda de moradores em Itanhaém, Mongaguá e até mesmo São Paulo e Ceará.

Ela explica a dificuldade em ampliar esse atendimento, tanto financeiramente quanto em relação ao espaço físico. “Nós não temos o lar solidário temporário. Eu preciso demais que as pessoas deem um lar temporário para esses animais. A ONG assumiria todas as custas e eu pegaria o animal o mais rápido possível�, apela a presidente, referindo-se à empatia das pessoas, pois ainda não está totalmente permitida a realização de feiras de animais, mas, segundo ela, que doem em ração ou dinheiro para salvar vidas.

A fórmula para adotar um animal é simples, garante Ângela. “Em primeiro lugar, muito amor, um espaço no coração e o comprometimento que ela vai dar o melhor para esse animalzinho. Ela vai dar um teto, ração, água e os cuidados básicos, como a consulta ao veterinário e a vacinação. Esses são os pré-requisitos para quem quer adotar conosco. E muito amor por- que você corre atrás quando tem muito amor�, define, explicando que é necessário ser maior de 18 anos e passar por uma entrevista com a entidade.

A ONG abriga atualmente 110 gatos e 30 cães em seu espaço, sendo no total – incluindo um lar temporário e apoio de voluntários – aproxima- damente 200 gatos e 40 cães. “A pessoa tem que ter consciência que é uma vida que ela irá carregar com ela. É um filhoâ€�, finaliza.

Foto: Divulgação