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Santos / Esporte

Beth Gomes, paratleta recordista vai para Mundial em Dubai

Da redação

Aos 54 anos, a paratleta santista Beth Gomes está no melhor momento de sua carreiraConsiderada a ‘fênix da equipe’, ela  quebrou recordes mundiais e agora ela vai para o Campeonato Mundial de Paratletismo de Dubai em novembro. 

No campeonato, a paratleta pode garantir uma vaga direta para a Paralimpíada de Tóquio se atingir o primeiro lugar no arremesso de pesomodalidade que está competindo. 

 em 2019, quebrou dois recordes mundiaisem junho, no arremesso de peso na classe F52 (cadeirantesdurante o Circuito Nacional de Atletismo Paralímpicoem São Paulo, e em agostobateu um recorde que  era dela no lançamento de disco durante os Jogos Parapan-Americanos, em Lima (Peru), quando sagrou-se bicampeã.   

Os créditos de deste alto rendimento Beth compartilha com a treinadoraRosiane Farias, com quem trabalha  sete anos, e que também foi convocada para treinar a seleção brasileira nos últimos Jogos Parapan-Americanos. 

“Ela me prepara para que minhas marcas melhorem a cada competição. É um anjo na minha vida. O trabalho é árduo, mas compensador“. 

Beth treina de segunda a sábado – uma rotina intensa que envolve a parte técnica, no campo, e o condicionamento físico, com musculação e exercícios aeróbicos em hand bike, que muito contribuem para a performance da atleta. 

HISTÓRIA 

Em 1993, Beth foi diagnosticada com esclerose múltipladoença autoimune que atinge o sistema nervoso central,  causando lesões cerebrais e na medula. Ela levava uma vida bastante ativa: era guarda civil municipal em Santos e jogadora de vôlei do time santista. 

“O vôlei era meu combustívelQuando fui acometida pela deficiênciapensei que não poderia fazer mais nada. O esporte paralímpico trouxe a minha vida de volta, me mostrou que eu poderia querer a vida e não a morteelevou a minha autoestima“. 

Em 1996, passou a integrar a equipe de basquete sobre rodas e representou a seleção brasileira na Paralimpíada de Pequimem 2010, e o Mundial de Basquete do mesmo anona Inglaterra. 

atletismo passou a integrar a sua vida em 2006 e, após os campeonatos de 2010 com a equipe de basquetedespediu-se das quadras e resolveu dedicar-se integralmente ao esporte individual. Desde então, ela disputa arremesso de peso, lançamento de disco e lançamento de dardoDeu certo. 

Desde 2018, todos os recordes mundiais da modalidade F-52 são de Beth Gomes. Vinte e três anos após ingressar no esporte paralímpicoela se mantém com focoenergia e, atualmente, no topo do atletismo mundial. “Tenho o esporte no sangue. Me reinvento a cada dia. Tento driblar a esclerose múltiplaDigo que ela é minha amiga, mas nunca vai me vencer“, ressalta paratleta. 

Madrinha da equipe Fast Wheels Kids, Beth acompanha de perto o nascer de novos atletas paralímpicos em Santos. “Dizem que sou uma referência para eles. É muito gratificante“.