O Secretário-Executivo, Marcelo Sampaio Cunha Filho, e o secretário Nacional de Portos, Diogo Piloni, do Ministério da Infraestrutura, estiveram em Santos na tarde desta sexta-feira (17) para acompanhar os desafios enfrentados pelo principal porto da América Latina. No local, os secretários conheceram operações com cargas conteinerizadas, granéis sólidos e líquidos e cabotagem.
Para o Secretário-Executivo Marcelo Sampaio, que enalteceu o crescimento operações de cabotagem, a segunda quinzena de junho será o prazo para o lançamento de um programa de fomento à navegação doméstica. “Temos uma agenda com o Ministério da Economia e estamos fechando alguns pontos antes de lançar o programa”, explicou. Sampaio afirmou que o Brasil tem uma produção significativa e que precisa de fretes competitivos. “E a cabotagem tem mostrado valores abaixo dos de outros modais”, comentou.
O secretário Nacional de Portos, Diogo Piloni, afirma que “temos na cabotagem um cenário de transformação das alternativas logísticas no país”. Piloni afirma que só no ano passado, a navegação doméstica cresceu 18% e a meta é triplicar esse percentual. “Para isso temos discutido uma série de ações que passam pela desburocratização do setor e outras medidas visando agilizar o tratamento dessa carga nos portos”.
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Quatro subsistemas
Sobre fluxo de cargas, o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Casemiro Tércio Carvalho mencionou que é importante o equilíbrio de quatro subsistemas.
O primeiro se refere ao canal de navegação. “Não se trata apenas de dragar. Existem problemas como os efeitos da passagem de navios de grande porte, a condição precária de cabeços de amarração, mudanças no sistema de amarração de navios e fiscalização das condições das embarcações que precisam ser equacionadas”.
Já o segundo subsistema envolve os berços de atracação. Tércio acredita ser necessário viabilizar uma quantidade maior de berços e criar uma regra de atracação mais justa, privilegiando a operação eficiente.
O terceiro subsistema envolve a armazenagem. Por isso a importância dos arrendamentos já publicados. Tércio revela que neste ano a Autoridade Portuária deverá viabilizar alguns adensamentos e propor outras licitações.
O quarto subsistema se refere aos acessos terrestres. “Devemos fazer uma revisão no contrato da Portofer visando investimentos, principalmente, na margem direita. Estamos falando de pátios ferroviários e pera ferroviária no Saboó, terceira linha no Valongo, desvio ferroviário em Outeirinhos e outros dois acessos ferroviários no Macuco, visando aumentar a quantidade de carga”, anunciou.
Investimentos
Esses investimentos vão ao encontro da meta passada pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas de aumentar o número de contêineres transportados pelo modal ferroviário.
Tércio revelou, ainda, que está sendo discutido com o governo do Estado de São Paulo a possibilidade de um terceiro acesso no Sistema Anchieta/Imigrantes.
“Toda essa modernização do Porto de Santos, que a gente chama de gestão 4.0, envolvendo novas tecnologias, mudanças de processos focadas em tecnologia da informação, controles de automação e uma repaginação da mão de obra portuária da Baixada Santista para prepará-la para atender esta nova realidade portuária, farão com que Santos seja visto não só como o maior, mas como o melhor complexo portuário da América Latina”, disse Tércio.