Da Redação
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, nesta quarta-feira (11), um projeto de lei que torna obrigatório para os condomÃnios paulistas – residenciais e comerciais – comunicar aos órgãos de segurança pública a ocorrência ou indÃcios de violência doméstica contra mulheres, crianças, adolescentes ou idosos.
A matéria, de autoria do deputado estadual Kenny Mendes (Progressistas), estabelece que a denúncia seja encaminhada pelo sÃndico ou a administradora condominial em até 24 horas após o fato. Placas sobre o teor da lei deverão ser afixadas em pontos comuns dos edifÃcios, para o conhecimento de todos os moradores. Medida semelhante já foi adotada em alguns estados, como Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Casos como o do menino Henry Borel, de quatro anos, morto após sofrer violência cometida pelo padrasto, um vereador no Rio de Janeiro, ou de Pamela Holanda, vÃtima de agressões do marido, DJ Ivis, ganharam repercussão nacional por envolverem pessoas famosas. Assim como vários outros exemplos que não chegam à mÃdia, ambos poderiam ter sido evitados se vizinhos houvessem alertado o fato.
“Esse tipo de violência costuma ser silencioso justamente por acontecer dentro de casa. O ditado ‘em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher’ não faz sentido. Todo ato de agressão é crime e deve, sim, ser denunciado”, comenta Kenny.
Para citar dados relativos apenas à violência contra a mulher, o paÃs registrou 3.913 homicÃdios de pessoas do sexo feminino em 2020, dos quais 1.350 foram registrados como feminicÃdios. Conforme o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado em julho, tais crimes representam a média de 34,5% do total de assassinatos de mulheres. O progressista salienta: “Muitas vezes o silêncio pode matar”.
Os comunicados previstos na propositura podem ser feitos à PolÃcia Militar (190), Central de Atendimento à Mulher (180) ou ao Disque Direitos Humanos (100). O projeto de lei segue, agora, para análise do governador João Doria.
Foto:  Nino Carè/Pixabay